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Pompeo pede libertação de repórteres da Reuters presos em Mianmar

Jornalistas foram detidos em dezembro por posse de documentos secretos e violação de secretos de Estado; dupla nega acusação e afirma que prisão foi armada pela polícia

Atualização:

CINGAPURA - O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, pediu às autoridades birmanesas que libertem dois jornalistas da agência de notícias Reuters, presos sob acusação de posse de documentos secretos e violação de secretos de Estado. Pelas redes sociais, o diplomata disse que pautou o assunto durante reunião com o ministro da União para Cooperação Internacional de Mianmar, Kyaw Tin, durante sua passagem em Cingapura. "Hoje, durante encontro com ministros da Asean [Associação das Nações do Sudeste Asiático], falei com o ministro da Birmânia Kyaw Tin sobre as preocupações dos Estados Unidos em relação aos dois repórteres da Reuters presos no país por fazerem seus trabalhos", escreveu Pompeo em rede social. O governo americano, oficialmente, não adota a nomenclatura Mianmar, cunhada pelo regime militar que governou o país na década de 80, e refere-se ao país como Birmânia. "Eles devem ser libertados imediatamente."

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Os repórteres Kyaw Soe e Wa Lone foram presos em dezembro do ano passado sob acusação de posse de documentos secretos e violação de segredos de Estado. A dupla investigava a retaliação de forças de segurança do governo contramuçulmanos ruaingas no estado de Arracão em agosto do ano passado. Mais de 700 mil ruaingas deixaram o país desde então.

Os repórteres se declaram inocentes das acusações e disseram em corte que a prisão foi armada pela polícia. O advogado da dupla, Than Zaw Aung, afirmou que os documentos em posse dos jornalistas não eram secretos nem sensíveis à inteligência do país. O julgamento já dura sete meses e várias testemunhas prestarão depoimentos nos próximos dias. É esperado que o veredito seja conhecido nas próximas semanas. Se condenados, os repórteres podem enfrentar até 14 anos de prisão.

O jornalista birmanês Wa Lone chega algemado a corte de Yangon; ele pode ser condenado a até 14 anos de prisão Foto: REUTERS - 10/01/18

O governo de Mianmar afirmou que o caso está na justiça, que é independente do poder executivo.

"De acordo com a constituição, nosso judiciário é independente. Por isso, devemos esperar para ver o que a corte irá decidir", afirmou Zaw Htay, porta-voz do governo. "A Reuters e as famílias dos repórteres estão sendo tratadas com igualdade perante a lei, com todos os procedimentos legais respeitos. Por exemplo, eles puderam contratar o advogado que quisessem", disse. //REUTERS, ASSOCIATED PRESS

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