Por medo de espionagem, EUA devem checar histórico de estudantes chineses no país

O governo americano considera investigar perfis em redes sociais e histórico telefônico após levantar preocupações sobre espionagem e roubo de propriedade intelectual

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Por Redação
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WASHINGTON - O governo de Donald Trump está considerando checar o histórico de estudantes chineses que residam nos Estados Unidos após o governo levantar preocupações sobre espionagem e roubo de propriedade intelectual, disseram funcionários da administração e do Congresso. Outras restrições aos chineses que desejam estudar nos EUA também são consideradas, como investigação de perfis em redes sociais.

Donald Trump e Xi Jinping, em 2017, na Flórida Foto: REUTERS/Carlos Barria

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Em junho, o Departamento de Estado americano encurtou de cinco anos para um ano o período do visto de estudantes de graduação da China que estudam aviação, robótica e manufatura avançada nos EUA. Autoridades do governo disseram que o objetivo era limitar o risco de espionagem e roubo de propriedade intelectual em áreas-chave para a Segurança Nacional.

Agora, governo americano cogita submeter os chineses a um escrutínio adicional antes que eles cheguem a uma escola dos EUA. As ideias consideradas incluem checagens do histórico telefônico e investigar contas em redes sociais dos EUA e da China em busca de qualquer coisa que possa levantar preocupações sobre as intenções do estudante, incluindo afiliações com organizações do governo. Autoridades americanas também deverão treinar autoridades de academias sobre como detectar espionagem e roubo online, disse um funcionário do alto escalão do governo.

“Todo estudante que a China manda para cá tem que passar por uma aprovação do partido e do governo”, disse um funcionário à Reuters. “Você não precisa estar aqui para espionar da maneira tradicional, mas nenhum estudante chinês vem para cá sem ligações com o Estado.”

A Casa Branca se recusou a comentar as novas restrições que estão sendo analisadas. Perguntado sobre uma possível checagem adicional, um funcionário do Departamento de Estado disse: “O departamento ajuda a se certificar de que aqueles que recebem o visto dos EUA são elegíveis e não são nenhum risco aos interesses nacionais.”

O governo chinês insistiu repetidamente que Washington exagerou o problema por motivos políticos. O embaixador da China nos EUA, Cui Tiankai, disse à Reuters que as acusações não têm fundamento e são “muito indecentes.” “Por que alguém deveria acusá-los de espiões? Eu acho que isso é extremamente injusto com eles”, disse.

Uma investigação mais profunda sobre os vistos de estudantes chineses poderá ser parte de um esforço maior de confrontar Pequim sobre o que Washington vê como o uso de métodos ilícitos para adquirir avanços tecnológicos que a China transformou em prioridade nacional.

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As duas maiores potências do mundo estão em uma guerra comercial e em desacordo sobre questões diplomáticas e econômicas. Trump e o presidente da China, Xi Jinping, agendaram um encontro bilateral durante a cúpula do G-20 na Argentina para este sábado. / REUTERS

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