Por que Putin achou que podia se safar

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ANÁLISE: Will Inboden

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/ F. POLICY

Aqueles de nós que se frustram com a política externa de Obama deveriam se abster de cair numa posição de "culpar os EUA". Nem devemos tampouco discriminar erros americanos; a União Europeia cometeu sua dose colossal de mancadas sobre a Ucrânia. Ainda assim, persiste o fato de que nos últimos cinco anos o governo Obama cometeu uma série de erros e julgamentos incorretos que, no conjunto, ajudaram a facilitar a avaliação estratégica de Putin de que poderia atacar a Ucrânia impunemente. Apesar de o governo Bush ter passado anos tentando obter uma relação construtiva com a Rússia, foram ações de Putin - como os ciberataques na Estônia, a chantagem energética da Ucrânia, a repressão de dissidentes políticos, e, em especial, a invasão da Geórgia em 2008, a principal causa da retração.

Durante os quatro anos de Dmitri Medvedev como presidente da Rússia, o governo Obama investiu um capital diplomático considerável tentando fortalecer a posição dele como principal autoridade da Rússia. Mas Putin, como premiê, detinha o poder real. Esse continua sendo um dos momentos definidores da política russa de Obama. Quando ela se tornou pública, ficou ainda mais danosa, pois deu a impressão de que Putin estava levando vantagem. A Casa Branca precisa compreender a atitude de Putin e reformular sua estratégia.

Se a geopolítica fosse resolvida em jogos de tabuleiro, esse seria um erro crasso do governo Obama: ser irrealista sobre política de poder. Há muitas metáforas para contrastar as abordagens diferentes de Putin e Obama - por exemplo, a tirada do presidente do Comitê de Inteligência da Câmara, Mike Rogers, de que "Putin está jogando xadrez e nós, bola de gude". / TRADUÇÃO DE CELSO PACIORNIK

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