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Por reciprocidade, Coreia do Norte expulsa embaixador da Malásia

Regime de Kim Jong-un anunciou medida nesta segunda-feira pouco depois de seu emissário em Kuala Lumpur, Kang Chol, ser obrigado a deixar o país por ser considerado 'persona non grata'

Atualização:

PYONGYANG - A Coreia do Norte anunciou nesta segunda-feira, 6, que expulsará o embaixador malaio em Pyongyang em represália à saída do representante do país na Malásia, ordenada por Kuala Lumpur no sábado após suas críticas à investigação sobre o assassinato de Kim Jong-nam, irmão do líder norte-coreano, Kim Jong-un.

Em breve comunicado, a agência estatal "KCNA" explicou que o embaixador malaio na Coreia do Norte, Mohamed Nizan Mohamed, é uma "persona non grata" e precisará abandonar o país antes das 10h de terça-feira (22h30 desta segunda em Brasília). A expulsão de Mohamad se segue a do embaixador norte-coreano na Malásia, Kang Chol, por criticar com dureza as autoridades malaias por sua investigação sobre a morte de Kim Jong-nam, que morreu após ser atacado no aeroporto de Kuala Lumpur com o agente químico VX.

O embaixador da Coreia Norte na Malásia, Kang Chol (de gravata) chega ao aeroporto de Kuala Lumpur, de onde deixou o país após ser declarado 'persona non grata' Foto: AP Photo/Vincent Thian

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Mohamed já se encontra na Malásia desde 22 de fevereiro após ser convocado para conversas como resultado da crise diplomática aberta entre os dois países por causa da morte de Kim.

Kang Chol abandonou Kuala Lumpur nesta segunda-feira em um voo com destino a Pequim depois de receber uma ordem de expulsão. A medida foi tomada após o diplomata ter se negado a pedir desculpas por suas críticas em relação à investigação e não ter comparecido a uma reunião convocada pelo chanceler malaio.

O emissário norte-coreano considerou "parciais" as investigações que concluíram que Kim Jong-nam morreu em 13 de fevereiro após ser atacado no aeroporto de Kuala Lumpur por duas mulheres que esfregaram em seu rosto o agente VX, que é proibido pelo Convenção de Armas Químicas.

O regime de Kim Jong-un sustenta que a morte foi causada por um ataque cardíaco e acusou as autoridades malaias de conspirar com o governo da Coreia do Sul, que desde o primeiro momento insistiu em acusar o Norte pelo assassinato.

Críticas. O embaixador norte-coreano Kang Chol disse que sua expulsão "está danificando gravemente as relações bilaterais", quando chegou ao aeroporto de Kuala Lumpur para deixar o país pouco antes do prazo dado pelas autoridades malaias.

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O diplomata expressou estar "gravemente preocupado pela extrema medida". "A Malásia está danificando gravemente as relações bilaterais que mantivemos durante mais de 40 anos", manifestou Kang Chol na porta do terminal de saídas do aeroporto, segundo a "Channel News Asia". / EFE

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