O El Nacional, um dos principais diários de Caracas, anunciou em janeiro uma redução de 40% em razão da falta do insumo. O jornal afirmou que tem reservas para apenas mais algumas semanas. Outros jornais estão na mesma situação. Publicações de menor porte já fecharam.
Para acelerar as transações de divisas, o governo anunciou em janeiro que aumentaria a oferta por meio de leilões, mas nenhum ocorreu. A alegação é que a Venezuela teria receita com a venda de apenas 1,5 milhão dos 2,8 milhões de barris de petróleo que produz por dia - grandes volumes são vendidos com desconto para aliados ou em troca de fundos que o país já recebeu e gastou. O desaparecimento de jornais é péssimo para a liberdade no país, cujo acesso à internet está abaixo da média na região e a velocidade da conexão é uma das mais baixas do mundo. Para os venezuelanos, os jornais são uma fonte vital de informação e de entretenimento. Antigamente, os burocratas do governo censuravam a imprensa determinando quais fatos podiam ou não ser relatados. Cortar o suprimento de papel não é uma medida tão flagrante, mas é igualmente eficaz.
TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO
*JUAN NAGEL É BLOGUEIRO