PUBLICIDADE

Porta-voz da oposição ao governo do Zimbábue é preso

País vive sob ditadura de Robert Mugabe, que promete mais pressão à oposição

Por Agencia Estado
Atualização:

Nelson Chamisa, porta-voz do principal líder de oposição ao governo do Zimbábue, Morgan Tsvangirai, foi detido neste domingo, 18, quando tentava deixar o país. Chamisa, que faz parte do Movimento para a Mudança Democrática, foi preso no aeroporto de Harare, quando ia embarcar para a Bélgica. Ele participaria de uma reunião entre União Européia, países da África, do Caribe e do Pacífico, segundo informações do secretário geral do partido, Tendai Biti. "Ele levou golpes na cabeça com barras de ferro. Estava com o rosto todo ensangüentado, e agora está em estado grave em um hospital privado de Harare", afirmou Biti. A agressão acontece depois de três ativistas terem sido detidos no sabádo, sob suspeita de envolvimento nas manifestações de 11 de março, quando Tsvangirai foi agredido e também acabou sendo internado. Tsvangirai, que deixou o hospital na sexta-feira, prometeu "lutar até que o Zimbábue seja livre". Seus partidários também prometeram derrotar Mugabe através de uma campanha de desobediência civil. Enquanto isso, o presidente Robert Mugabe acusou a oposição de ser uma organização terrorista respaldada pela Grã-Bretanha e países do ocidente, logo depois de Tsvangirai ter dito que a crise no Zimbábue havia chegado em um "momento crítico". O incidente é o último exemplo da deterioração da situação no país africano. A oposição acusa Mugabe de repressão, corrupção, uma grave carência de alimentos e uma inflação que alcança 1.600%, a maior do mundo. Mugabe, de 83 anos, negou as criticas internacionais depois da detenção de seus opositores e prometeu, inclusive, mais dureza com seus adversários. O país encara um de seus momentos críticos, que poderia acarretar no fim da ditadura de Mugabe, segundo Tsvangirai. Em entrevista à rede BBC, Tsangirai também criticou a África do Sul por sua atuação na crise. Depois de considerar que o país é um "jogador de importância crítica", ele insistiu que o governo sul-africano poderia "ter sido mais insistente" e pediu que continue a pressão ao regime de Mugabe tanto da União Africana como da comunidade internacional, assim como parte dos Estados Unidos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.