Porta-voz de Keiko é destituído por dizer que Fujimori matou menos que outros

'Eu não estou de acordo, espero que ele a corrija', afirmou a candidata, para depois explicar que Jorge Trelles tentou fazer uma reflexão sobre o relatório final da Comissão da Verdade e Reconciliação

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Por Efe
Atualização:

LIMA - O partido da candidata à Presidência do Peru Keiko Fujimori destituiu na quinta-feira, 19, seu porta-voz, Jorge Trelles, após este ter declarado que durante o governo de Alberto Fujimori (1990-2000) morreram menos pessoas que em regimes anteriores.

 

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"Em todo caso, nós matamos menos que os dois governos que nos antecederam", afirmou Trelles ao ser questionado em um programa de televisão sobre as acusações relacionadas aos crimes cometidos durante a gestão de Fujimori, que cumpre uma condenação de 25 anos de prisão por violações dos direitos humanos.

 

As declarações geraram uma onda de críticas contra Trelles e o "fujimorismo", pelo que Keiko se apressou em rejeitar as palavras de seu porta-voz, enquanto seu candidato à primeira Vice-Presidência, Rafael Rey, comunicou sua destituição.

 

Keiko, que segundo as pesquisas tem pequena margem de vantagem sobre o nacionalista Ollanta Humala, seu rival no segundo turno do pleito presidencial de 5 de junho, assinalou que foi "uma frase infeliz" de Trelles.

 

"Eu não estou de acordo, espero que ele a corrija", afirmou a candidata, para depois explicar que seu porta-voz tentou fazer uma reflexão sobre o relatório final da Comissão da Verdade e Reconciliação (que estabeleceu uma apuração de vítimas nos anos do terrorismo e do contraterrorismo, 1980-2000).

 

Segundo Keiko, Trelles estava fazendo um comentário sobre o fato de a CVR supostamente ter certificado que no governo de seu pai houve menos "desaparecidos".

 

Ollanta Humala, por sua vez, considerou "condenável, vergonhosa e contra a moral" a afirmação de Trelles e disse que lhe dá "pena competir" nas eleições presidenciais com um projeto político que se expressa nesses termos.

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