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Porta-voz palestino desmente que soldado israelense será solto

Porta-voz do presidente Abbas diz que os dizeres do líder palestino haviam sido traduzidos erroneamente, dando o sentido contrário do que acontecia

Por Agencia Estado
Atualização:

Um legislador palestino e um porta-voz do braço armado do Hamas negaram nesta quinta-feira que o cabo israelense Gilad Shalit, capturado por militantes palestinos no dia 25 de junho, poderia ser solto em pouco tempo. O seqüestro do soldado desencadeou uma violenta ofensiva das Forças de Defesa de Israel na Faixa de Gaza, a primeira após quase um ano da retirada dos assentamentos israelenses da região. Segundo o porta-voz do Hamas, Abu Obeida, "não há nada de novo" da parte do Movimento de Resistência Islâmica. O legislador Saeb Erekat afirmou que era "prematuro" dizer que o soldado estava perto de receber sua liberdade. Erekat disse que as palavras do presidente palestino, Mahmoud Abbas, que em uma coletiva de imprensa em Roma havia afirmado que a soltura de Shalit era "iminente", foram traduzidas erroneamente. "O que o presidente disse é que os esforços estão difíceis, mas continuarão", disse Erekat. Na última terça-feira, 25 de julho, a edição eletrônica do jornal britânico The Guardian afirmava que Abbas havia firmado um acordo com os extremistas que mantém o soldado cativo. Fechado no último domingo, o plano propunha que os militantes cancelassem os ataques com foguetes contra as cidades israelenses em troca de um cessar-fogo na ofensiva militar israelense na Faixa de Gaza. Além disso, os militantes também soltariam o cabo Shalit e receberiam em troca a libertação de palestinos presos em Israel - libertação que não ocorreria imediatamente. Tal condição já teria sido aceita pelo premier palestino, Ismail Haniye, mas não pelo líder do Hamas em Damasco, Khaled Mashaal. O líder do grupo na Síria detém grande influência política pois controla os fundos doados pelo Irã e Arábia Saudita. O braço militar do Hamas, que mantém cativo o soldado israelense, é particularmente dependente do dinheiro controlado por Mashaal, que por sua vez, é influenciado pela Síria. Dias após o seqüestro de Shalit, militantes do grupo libanês Hezbollah mataram oito e capturaram dois soldados israelenses na fronteira entre os dois países, desencadeando a atual ofensiva de Israel no Líbano.

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