NOVA YORK - O presidente dos EUA, Barack Obama, disse nesta quinta-feira, 23, que "as portas da diplomacia continuam abertas para o Irã" e voltou a pedir que a República Islâmica coopere com os órgãos de fiscalização e esclareça as finalidades de seu programa nuclear.
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"A porta da diplomacia continua aberta. Mas o governo do Irã precisa se comprometer com isso", disse o presidente durante discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. "Eu estendi a mão ao Irã no ano passado. Disse que o Irã deveria responder se não cumprisse suas obrigações com o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP). Com as sanções provamos que as leis internacionais não são vazias", disse Obama.
Os EUA lideram o grupo de potências ocidentais que pede que o Irã esclareça seu controverso programa nuclear. Esses países suspeitam que a República Islâmica enriqueça urânio para produzir armas nucleares, mas Teerã nega e diz que mantém o processo apenas para alimentar um reator de pesquisas.
Na quarta-feira, o grupo 5+1, formado pelos cinco países com assentos permanentes no Conselho de Segurança da ONU - EUA, China, Rússia, Reino Unido e França - mais a Alemanha, anunciou uma nova abertura diplomática com o Irã nos intervalos da Assembleia Geral. Este grupo foi o responsável pela aprovação, em junho, de uma quarta rodada de sanções contra o país persa.
Antes, disso, porém, o Grupo de Viena - formado por EUA, Rússia, França e pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) - fechou um acordo para troca de combustível com o Irã em outubro de 2009. O país persa, porém, abandonou o pacto.
Em 2010, Teerã assinou um pacto semelhante com Brasil e Turquia, mas o Grupo de Viena vetou a troca de urânio e o acordo está paralisado. Ancara e Brasília acreditavam que o acordo evitaria as sanções, o que não aconteceu.
Disposição iraniana
Também nesta quinta, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Manouchehr Mottaki, disse que seu país está pronto para retomar as conversas internacionais sobre o programa nuclear, contanto que elas sejam "justas".
"Mottaki reiterou a prontidão do Irã para negociações com o Grupo de Viena e o 5+1", afirmou a televisão estatal iraniana em seu site. "As conversas podem ser bem-sucedidas, contanto que sejam justas e o direito do Irã ao uso de energia nuclear pacífico seja reconhecido", afirmou Mottaki.
Durante a semana, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, também já havia se mostrado disposto a colaborar e a retomar as negociações.
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