Potências ampliam prazo para Irã suspender programa nuclear

Mas o esforço diplomático já está "na prorrogação e a negociação não vai ser eterna", alerta o Departamento de Estado dos EUA

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Por Agencia Estado
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Os ministros de Relações Exteriores dos Estados Unidos, China, Rússia, Reino Unido, França, Itália e Alemanha, reunidos nesta quarta-feira num jantar paralelo à Assembléia Geral das Nações Unidas, adiaram a adoção de sanções e concordaram em dar um prazo maior para o Irã suspender suas atividades nucleares. No encontro, os ministros discutiram os próximos passos a serem dados na busca de uma solução para a crise provocada pelo programa nuclear iraniano. De acordo com Nicholas Burns, o terceiro na hierarquia do Departamento de Estado dos EUA, os sete países "apóiam os esforços de Javier Solana", representante europeu de Política Externa. Solana tem sem esforçado na tentativa de persuadir o negociador iraniano, Ali Larijani, para que o Irã anuncie uma suspensão de seu programa de enriquecimento de urânio. Mas o esforço diplomático, alertou Burns, já está "na prorrogação" e a negociação "não vai ser eterna". "O momento final chegará em breve, mas não vou fixar uma data" para as potências exigirem uma resposta iraniana, disse. Inicialmente, os países tinham exigido uma resposta do Irã até 31 de agosto. Mas a data foi ignorada pelo governo de Teerã. Burns avisou que "se o Irã não suspender suas atividades, será cumprida a resolução 1.696 do Conselho de Segurança da ONU, com a adoção de sanções de acordo com o artigo 41 da Carta das Nações Unidas". Solana espera se reunir com Larijani nesta semana em Nova York. Mas o negociador iraniano, segundo Washington, ainda está em Teerã. Uma das possibilidades analisadas é uma reunião entre representantes iranianos e da União Européia, na qual o Irã anunciaria uma suspensão temporária do enriquecimento de urânio. Isso permitiria a abertura de conversações formais sobre o futuro do programa nuclear iraniano, com a presença dos Estados Unidos. A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, havia dito que durante o jantar pressionaria seus colegas a adotar sanções. França, China, Rússia e Itália, no entanto, são contrárias à idéia.

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