Potências e Irã debaterão pacto nuclear definitivo em fevereiro

Após confirmação em Genebra de cronograma de negociações, inspetores da ONU visitarão Teerã dia 20

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GENEBRA - Com a implementação do acordo preliminar sobre o programa nuclear iraniano confirmada no domingo, o Irã e as grandes potências deverão começar a discutir em fevereiro um pacto definitivo para garantir que Teerã não avance na direção da bomba atômica, em troca da suspensão das sanções contra o país. Segundo o prazo estipulado, as partes terão até meados deste ano para alcançar o entendimento final. Uma fonte diplomática disse à agência Reuters que os chefes da diplomacia do Irã, Mohamed Javad Zarif, e da União Europeia, Catherine Ashton, integrarão essa nova rodada de negociações. O interlocutor de Teerã é o P5+1, grupo formado pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (EUA, França, Grã-Bretanha, China e Rússia) mais a Alemanha.As grandes potências e o governo iraniano firmaram em novembro um acordo preliminar que prevê restrições ao programa nuclear de Teerã em troca de um alívio parcial de sanções. Na semana passada, os dois lados deram mais um passo importante, ao definir os termos que balizarão a implementação do pacto. Inicialmente, o Irã fica proibido de produzir urânio enriquecido a mais de 5% - nível necessário para produção de energia - e se compromete a diluir seus estoques de combustível processado a 20%. Dessa forma, Teerã demoraria mais tempo para produzir uma bomba, caso tomasse essa decisão.Em contrapartida, as grandes potências aceitaram liberar gradualmente os cerca de US$ 7 bilhões de fundos iranianos congelados em razão das sanções. Restrições à exportação de derivados de petróleo também serão amenizadas, permitindo uma folga a uma economia comprometida pelo cerco internacional. A implementação do acordo terá início no dia 20, segundo acertaram na semana passada os dois lados. Ontem, a agência nuclear do Irã anunciou que especialistas da ONU desembarcarão no sábado na capital iraniana para dar início à aplicação do acordo interino. "Grande parte do plano de ação conjunto entre o Irã e o P5+1 se refere a acordos entre nós e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)", disse o chefe da agência atômica iraniana, Behruz Kamalvand. "Estamos negociando as partes que tangem inspeções e a vigilância."

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