19 de novembro de 2013 | 19h03
PARIS - Recomeçam nesta quarta-feira as negociações diplomáticas com EUA, Rússia, China, França, Grã-Bretanha, Alemanha e Irã - o P5+1 - para tentar encontrar um acordo sobre o programa nuclear iraniano e o retorno das inspeções da ONU a Teerã. A reunião de Genebra é a primeira desde o veto imposto pela França ao acordo há dez dias. Nesta terça-feira, 19, o presidente François Hollande voltou a afirmar em Israel que seu país será "firme" nas tratativas.
A melhor possibilidade é que haja um acordo temporário que garanta uma pausa na produção de urânio enriquecido a 20% - necessário para o uso em pesquisas científicas e ponto de partida para o enriquecimento a mais de 90%, o que permitiria a produção de armamentos - por parte do Irã, assim como a redução de estoques já existentes. Outra exigência dos membros do Conselho de Segurança da ONU e da Alemanha é que o Irã interrompa a construção da Usina de Arak. A contrapartida seria o alívio de parte das sanções econômicas internacionais impostas pelas ONU.
O acordo temporário perduraria enquanto um novo entendimento, permanente, seria negociado para que o programa nuclear iraniano seja abandonado e, em troca, o Irã retome sua normalidade econômica com o fim definitivo das sanções.
Nesta terça-feira, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, conversou ao telefone com seu colega iraniano, Hassan Rohani. Ao final, em comunicado, o russo demonstrou otimismo, afirmando que há "uma chance real" para resolver "este velho problema".
Do lado dos EUA, o secretário de Estado John Kerry demonstrou menos otimismo sobre o tema do que havia no dia 7. "Não tenho expectativa particular no que diz respeito às negociações de Genebra. Vamos negociar de boa-fé e tentaremos chegar a um primeiro acordo", disse. "O Irã compreenderá a importância de um documento que prove ao mundo que se trata de um programa pacífico."
O maior empecilho para um entendimento continua a ser a França. Na última reunião, o ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, foi o primeiro e o mais enfático a externar suas restrições ao acordo que vinha sendo debatido. Hollande tem reiterado que seu governo não cederá nem aceitará um acordo que considere ruim ou temporário.
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