Pouso em rio é dificílimo, afirmam especialistas

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Por Renata Miranda
Atualização:

O pouso forçado feito pelo piloto americano Chesley Sullenberger nas águas do Rio Hudson, em Nova York, é considerado extremamente difícil por profissionais do setor da aviação civil. Entre as inúmeras dificuldades técnicas em fazer uma aterrissagem como essa estão a falta de sinalização e a superfície móvel, que impossibilita uma noção certa de profundidade. Mesmo assim, especialistas qualificaram como "exemplar" a manobra feita por Sullenberger. "Fazer um pouso na água é extremamente difícil", afirmou ao Estado o engenheiro de voo Ernesto Klotzel. "Dependendo do ângulo com o qual o avião entra em contato com a água, o impacto causado pode ser semelhante ao de bater a aeronave em uma parede de concreto." De acordo com Ronaldo Jenkins, coordenador da Comissão de Segurança de Voo do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias, quando o pouso ocorre na água, existe também o risco de a fuselagem se romper. "A frenagem na água é muito mais brusca do que na terra", disse Jenkins. "Além disso, ainda há a dificuldade de pousar em um local onde não há a mesma estática que existe nas pistas de aeroportos." PERIGO DOS PÁSSAROS A Associação Nacional de Controladores Aéreos dos EUA afirmou que, logo após a decolagem, Sullenberger informou à torre de controle que havia sofrido um "ataque duplo de pássaros" e, por isso, estava perdendo força nos dois motores. Há anos, aviões têm problemas com pássaros. Segundo a Administração Federal de Aviação americana, de 1990 a 2007 foram registradas cerca de 80 mil ocorrências com aviões comerciais envolvendo pássaros - algo como um incidente para cada 10 mil voos. "Esse tipo de problema não é raro, mas sua gravidade depende do tamanho, do peso e da quantidade de pássaros que colidem com aviões", explicou Klotzel.

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