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Powell adia reunião com Arafat; Sharon não diz quando tira tropas

Por Agencia Estado
Atualização:

Um encontro entre o secretário norte-americano de Estado, Colin Powell, e o líder palestino, Yasser Arafat, foi adiado nesta sexta-feira a pedido dos Estados Unidos, anunciou o ministro palestino de Informação, Yasser Abed Rabbo. O encontro estava marcado para sábado, mas funcionários norte-americanos informaram a Rabbo que ele deverá ocorrer possivelmente domingo. O Departamento de Estado confirmou o adiamento do encontro. O adiamento ocorreu algumas horas após uma suicida palestina detonar os explosivos que levava presos ao corpo perto de um mercado em Jerusalém, matando 6 pessoas e ferindo 54. Até o fim da noite de hoje, a Autoridade Palestina não havia divulgado um comunicado condenando o ataque, apesar das pressões da Casa Branca. O chefe da segurança palestina em Gaza, Mohammed Dahlan, manifestou compreensão pelo ataque, dizendo que a ofensiva militar de Israel era a responsável pelos suicidas. "Isto ocorre por causa da raiva e do sofrimento do povo palestino vítima de ataques e cercos", disse. Em Washington, o porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer, disse que o presidente George W. Bush deu ao secretário a flexibilidade necessária a sua missão, mas declarou: "Hoje seria um bom dia para Arafat denunciar publicamente o terrorismo e mostrar certa liderança." Powell fracassou em obter do primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, um acordo sobre uma data para a retirada das tropas de Israel dos territórios palestinos. Powell admitiu que não obteve uma "resposta precisa" de Sharon sobre a duração da ofensiva na Cisjordânia, ao mesmo tempo em que anunciou que sua missão no Oriente Médio continuará "o tempo que for necessário" para que Israel e os palestinos avancem na busca de uma solução para a crise. "Não tenho uma resposta precisa", disse Powell. "Espero que possamos encontrar uma forma de chegar a um acordo sobre a duração das operações e voltar ao caminho que levará a um acordo político", declarou em uma breve entrevista coletiva em Israel após reunir-se por quatro horas com Sharon. O primeiro-ministro israelense, por sua vez, afirmou que Israel "espera terminar em breve" sua "guerra contra as infra-estruturas terroristas palestinas". "Não se pode ter paz se houver terrorismo." "Estou contente que ele (Sharon) deseja pôr fim a estas operações o quanto antes", acrescentou Powell, referindo-se à ofensiva militar israelense que hoje completa 15 dias. O secretário norte-americano disse compreender "a necessidade para Israel de defender-se", já que o Estado judeu está "sob a ameaça de ataques terroristas". Powell, no entanto, não escondeu sua inquietação com as repercussões internacionais dessas operações. "Achamos que, como amigos de Israel, devemos tomar nota das conseqüências trágicas a longo prazo das atuais incursões e de seus efeitos sobre os países da região e o clima internacional", disse. Powell informou que pretende dizer "claramente" a Arafat que espera "atos" de sua parte para lutar contra a violência e "não apenas declarações". Sitiado em seu quartel-general em Ramallah, Cisjordânia, desde 29 de março, Arafat recebeu hoje a visita do ministro egípcio de Relações Exteriores, Ahmed Maher. Em Genebra, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, pediu novamente o envio de uma força internacional ao Oriente Médio, afirmando que é algo "urgente e imperativo".

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