Powell adverte inimigos da criação de um Estado Palestino

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Por Agencia Estado
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Em visita ao Oriente Médio, o secretário de Estado americano, Colin Powell, disse hoje, que a retomada da violência nos últimos dias aumentou a determinação de Washington de "destruir" os que estiverem impedindo a paz. "E o inimigo da paz tem sido o Hamas, principalmente nas últimas duas semanas", acrescentou Powell. "Enquanto tenham compromisso com o terrorismo, a violência e o objetivo de destruir o Estado de Israel, creio que esse seja um problema que deve ser tratado com rigor." Powell disse ter ficado otimista com a iniciativa de Israel de libertar prisioneiros palestinos e remover assentamentos judeus ilegais. O secretário disse também que os primeiros-ministros israelense, Ariel Sharon, e palestino, Mahmud Abbas, devem trabalhar juntos para conter a violência e criar instituições conjuntas. O secretário americano encontrou-se primeiro, em Jerusalém, com Sharon. Depois, em Jericó, reuniu-se com Abbas, a quem pediu que não só negocie um cessar-fogo com o Hamas e outros grupos radicais, como também atue para eliminar a capacidade desses grupos de lançar ataques contra Israel. Ele lembrou também que o plano mapa da estrada - que prevê a criação de um Estado palestino independente até 2005 - depende ainda do levantamento das restrições impostas pelo governo israelense, que só aprovou a retomada do diálogo com os palestinos por causa da forte pressão exercida por Washington. Powell declarou também que Israel deve dar os passos necessários para "aliviar a penúria diária do povo palestino". O secretário advertiu também a Síria, qualificando de "totalmente inadequados" os esforços de Damasco para controlar os grupos radicais palestinos como o Hamas, que tem sede no território sírio. Como medida efetiva para acelerar o mapa da estrada, Powell pediu tanto a Sharon quanto a Abbas que intensifiquem negociações para chegarem a um acordo que permita a devolução do controle do norte da Faixa de Gaza e de Belém para a Autoridade Palestina (AP). "Temos de avançar urgentemente", disse Powell a jornalistas após o encontro com Abbas. "Não queremos que o tempo passe sem que sejam tomadas ações. Não queremos que os terroristas vençam." Depois de conversar com Powell, Sharon declarou que não perderá nenhuma oportunidade de avanço para que se alcance uma solução política para a crise envolvendo Israel e os palestinos. Mas reiterou que "não haverá paz com terrorismo". Os dirigentes palestinos, no entanto, dizem que, para persuadir grupos militantes a aceitar um cessar-fogo, Israel precisa parar de tentar assassinar seus líderes. Abbas disse a Powell que os esforços da Autoridade Palestina para chegar a um cessar-fogo com os grupos radicais não avançarão enquanto Israel não detiver suas incursões militares e bloqueios nas áreas palestinas. Abbas afirmou a Powell que dentro de pouco tempo haverá eleições e que, de acordo com a lei e o sistema democrático palestino, todas as facções poderão participar. O porta-voz do Hamas, Abdel Aziz Rantissi - ferido num ataque israelense em Gaza na semana passada - reagiu às declarações de Powell. "Colin Powell tem-se mostrado um verdadeiro escravo dos sionistas, mentiroso e hipócrita", disse. Em Ramallah, na Cisjordânia, atiradores desconhecidos abriram fogo contra um carro, matando o motorista e ferindo três ocupantes - dois deles, gravemente. Todas as vítimas eram israelense-americanos.

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