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Powell diz que "é hora de agir" contra Iraque

Por Agencia Estado
Atualização:

O secretário de Estado americano, Colin Powell, disse neste domingo que "é hora de agir" para desarmar o Iraque. O Conselho de Segurança da ONU deve decidir o que fazer logo após a entrega do relatório dos inspetores de armas das Nações Unidas em 7 de março, disse Powell durante uma entrevista coletiva em Tóquio, após reunir-se com o primeiro-ministro japonês, Junichiro Koizumi. "É hora de agir. As provas são claras. Eles são culpados... Estamos chegando ao ponto em que sérias conseqüências devem fluir", declarou Powell, usando um termo empregado pelo governo americano que se refere ao uso de força militar. Powell seguiu hoje mesmo para a China, onde tentará obter apoio para uma possível guerra contra Bagdá e garantir ajuda diplomática na crise nuclear norte-coreana. O Japão ofereceu ajuda para a decisão americana de desarmar o Iraque e para conseguir uma medida "multilateral" para convencer a Coréia do Norte a desistir de seu programa de armas nucleares, disse Powell. Powell terá mais dificuldade para convencer os líderes chineses a não vetar uma nova resolução da ONU sobre o Iraque. Nova resolução O presidente americano, George W. Bush, prometeu hoje que o projeto de resolução que deve ser apresentado no começo da semana colocará em termos "claros e simples" que o Iraque não respeita suas obrigações em matéria de desarmamento. Bush tem dado poucos detalhes sobre esse texto, objeto de intensas consultas com os principais aliados dos EUA sobre essa questão, em especial Grã-Bretanha, Espanha e Itália. Em seu rancho no Texas, Bush disse sábado que esse texto será a "última oportunidade" para a ONU fazer-se respeitar pelo Iraque. A França, que tem poder de veto no Conselho de Segurança da ONU, permanece contrária a uma nova resolução contra o Iraque, informou hoje uma fonte diplomática. "Ainda estamos comprometidos com a fase de inspeções autorizadas pela resolução 1.441 sobre o Iraque", disse a fonte. A França está preparando-se para apresentar um "memorando" à ONU nos próximos dias com medidas específicas que poderiam servir como ponto de referência para o presidente iraquiano, Saddam Hussein, cumprir com as exigências da ONU de acabar com suas armas de destruição em massa. Segundo a fonte, o memorando não é considerado um esboço de resolução. A Síria também indicou hoje que não atenderá ao pedido de Powell para apoiar uma nova resolução que abriria o caminho para uma guerra contra o Iraque. O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, realizará um último esforço para obter a unidade entre os líderes mundiais em relação à crise do Iraque, com a esperança de obter uma saída pacífica, informou uma declaração divulgada por seu gabinete. "O compromisso para uma resolução destaca a determinação de esgotar todos os meios possíveis para chegar a uma saída pacífica", indicou a declaração. Chanceleres de 114 países do Movimento dos Não-Alinhados, reunidos em Kuala Lumpur (Malásia), rejeitaram hoje uma intervenção militar dos EUA no Iraque. Uma Cúpula dos Não-Alinhados será realizada amanhã e depois com a presença de 60 chefes de Estado e de governo.

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