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Powell fala sobre conferência de paz

Por Agencia Estado
Atualização:

O secretário de Estado americano, Colin Powell, abraçou hoje a idéia de uma conferência internacional para conter a violência no Oriente Médio e retomar as negociações de paz entre israelenses e palestinos. "É uma forma de conseguir que as partes se encontrem e conversem", afirmou Powell, em seu nono dia de uma missão de paz que até agora teve pouco progresso. Powell pode voltar a se encontrar amanhã pela segunda vez com o líder palestino Yasser Arafat em seu arruinado quartel-general de Ramallah, disseram autoridades palestinas. O primeiro-ministro Ariel Sharon anunciou que também irá se reunir novamente com Powell. Sharon sugeriu a realização de uma conferência internacional em seu encontro de domingo com Powell em Tel Aviv, apesar de o primeiro-ministro ter dito que não aceita a inclusão de Arafat. Powell afirmou que os Estados Unidos não seriam necessariamente o anfitrião de tal conferência e que Arafat poderia enviar uma delegação palestina de alto nível para representá-lo se as conversações forem realizadas em nível de ministros do Exterior. "Temos de seguir rapidamente para o campo político e existem muitas formas de se fazer isto, uma delas é com uma conferência regional ou internacional", avaliou Powell. Tanto Sharon quanto Arafat endossaram os princípios da idéia, segundo Powell. Mas Hassan Abdel Rahman, a principal autoridade palestina nos Estados Unidos, disse que Sharon tem primeiro que parar com suas incursões na Cisjordânia. "Nada poderá acontecer antes disto", considerou numa entrevista em Washington. Sharon, numa entrevista à rede CNN, afirmou que as forças israelenses irão se retirar em uma semana de todas as cidades e vilas - exceto de Ramallah, onde elas cercam o QG de Arafat, e de Belém. Sharon adiantou que suas forças permanecerão indefinidamente em Ramallah, mas deixarão Belém se o que ele rotulou de ?terroristas palestinos? que estão dentro da Igreja da Natividade se renderem para ser julgados ou exilados. Powell disse que ainda não pensou sobre quem deveria participar da conferência, mas representantes israelenses e palestinos estariam presentes. Sobre Arafat, o secretário considerou que "ele não necessariamente deve estar presente para que ela comece". O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, apoiou a idéia, dizendo que tal encontro deve incluir os EUA, a União Européia, a Liga Árabe, assim como Israel e os palestinos. O presidente francês, Jacques Chirac, expressou cauteloso otimismo, afirmando que a conferência deveria ser "um novo caminho nos levando na direção certa". Mas o primeiro-ministro Lionel Jospin advertiu que a reunião não faria sentido sem a presença de Arafat. Até agora, Powell tem sido frustrado pelos dois lados em sua missão no Oriente Médio. Sharon se recusa a comprometer-se com um calendário para a retirada das forças israelenses da Cisjordânia, e Powell não conseguiu que Arafat prometesse incondicionalmente conter a violência. Tentando garantir um cessar-fogo, Powell disse que sua prioridade agora é "ver se conseguimos levar em frente discussões de segurança". Em Washington, uma alta autoridade afirmou que uma conferência ministerial poderia ser um importante desdobramento, mas a Casa Branca está mais interessada num cessar-fogo. Powell fez sondagens hoje na Síria e Líbano sobre a proposta conferência, e advertiu aos líderes dos dois países que ataques guerrilheiros fronteiriços contra Israel podem se degenerar num amplo conflito.

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