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PP distribuiu 8,3 milhões de euros em caixa 2 na Espanha, diz ex-tesoureiro

Segundo jornal 'El Mundo', atual premiê recebeu 374 mil euros antes de assumir o cargo

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Por Redação
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MADRI - O Partido Popular (PP), do primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, distribuiu, durante 20 anos, 8,3 milhões de euros provenientes de caixa 2 a seus dirigentes. A revelação foi feita pelo ex-tesoureiro do partido Luís Bárcenas, em depoimento à Justiça espanhola feito no dia 15, cujo trechos foram publicados nesta quarta-feira, 17, pelo diário El Mundo.

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Segundo o jornal, em valores corrigidos, o dinheiro não contabilizado somaria 11,5 milhões de euros e chegava aos destinatários, entre eles o próprio Rajoy, por meio de malas e pastas. As quantias eram guardadas em um cofre na sede do PP.

A contabilidade apresentada por Bárcenas à Justiça revela que o primeiro-ministro recebeu entre 1997 e 2010 - quando ainda não ocupava o cargo - 374 mil euros, 40 mil deles em dinheiro vivo, com notas de 500 euros. Outros 20 mil euros foram dados ao político para compra de ternos e gravatas.

O dinheiro, segundo Bárcenas, provinha de empreiteiras que construíram diversas obras durante o boom imobiliário espanhol, entre os anos 90 e 2000. Estão entre os beneficiários do caixa 2 políticos como o ex-secretário-geral do PP Francisco Alvarez Cascos, o ex-ministro do premiê José María Aznar Jaime Mayor Oreja e o ex-diretor do FMI Rodrigo Rato.

Reação. Pressionado pela oposição, que pede a renúncia de Rajoy, o PP criticou hoje a moção de censura proposta pelo Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE).

"Estão indo um pouco rápido demais", disse o presidente da Câmara Jesús Posada. " O senhor Alfredo Rubacalba ( líder do PSOE) faz um uso falso da moção de censura, cujos objetivos estão claros na Constituição."

A moção de censura na Espanha é uma votação que ocorre no Parlamento e pode resultar na demissão do primeiro-ministro. No entanto, para isso é necessário obter a mair parte dos votos e o Partido Popular (PP), de Rajoy, tem maioria absoluta no Parlamento.

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Por isso, na prática, a votação simbólica proposta pela oposição deve servir apenas como forma de pressão, a menos que houvesse deserções significativas de membros do PP. O partido tem 185 dos 350 assentos do Congresso. / EFE

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