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Praga de gafanhotos ameaça países da África

Por Agencia Estado
Atualização:

As pessoas queimam pneus e lixo nas ruas da capital da Mauritânia para tentar conter nuvens de gafanhotos, que a Organização de Agricultura e Alimentação da ONU (FAO) qualificou de a pior invasão subsaariana em mais de uma década. As nuvens, com densidade estimada em 50 milhões de insetos por quilômetro quadrado, começaram a chegar na quarta-feira a Nouakchott, voando de vários pontos do norte da África. Logo começaram a devorar árvores, jardins e o gramado do principal campo de futebol da cidade. "Em poucos minutos o céu ficou marrom. Todas as árvores estavam arcadas com o peso dos gafanhotos", disse um morador. "É literalmente uma crise de proporções bíblicas", disse Karen Homer, da organização humanitária World Vision, em Nouakchott. Ela acrescentou que a real devastação está ocorrendo nas áreas rurais, onde as plantações estão sendo destruídas e milhares de pessoas podem necessitar do envio de comida. "É muito triste, pois este ano tivemos boas chuvas após anos de seca", disse Homer. A FAO advertiu que, como resultado das intensas chuvas, os gafanhotos estão se reproduzindo em níveis alarmantes no sul da Mauritânia e do Senegal. E a situação deve piorar com a chegada da época de procriação, em meados de setembro. Mais ao sul, a Gâmbia declarou emergência nacional. Teme-se que as nuvens de gafanhotos podem espalhar-se até o Sudão - eles podem se deslocar até 100 quilômetros por dia. Após a passagem dos gafanhotos, a situação está voltando ao normal na Argélia, Líbia, Marrocos e Tunísia.

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