Prazo dado por palestinos acaba e Israel não se manifesta

Governo israelense não sinalizou se aceitará as exigências de libertar prisioneiros palestinos. Enquanto isso, Exército continua atacando alvos ligados ao Hamas

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Por Agencia Estado
Atualização:

O prazo estabelecido por militantes palestinos que mantém cativo um soldado israelense expirou no começo desta terça-feira e Israel ainda não deu sinal de que considera aceitar as exigências de libertar prisioneiros palestinos. Pelo contrário, o Exército continua atacando alvos ligados ao Hamas, em Gaza. Os militantes também não se pronunciaram após o término do prazo às 6h horário local (24h horário de Brasília). Os três grupos de militantes palestinos, ligados ao Hamas, estabeleceram na segunda-feira um prazo até as 6 horas de amanhã, 4 de julho para que Israel começasse a libertar mulheres e crianças entre os detentos que mantém em suas prisões. Caso contrário, eles dizem que irão considerar o caso do soldado "encerrado", e que o inimigo deve agüentar todas as conseqüências dos resultados futuros. O anúncio, enviado na segunda-feira por fax para agências de notícias, não explica o que tais conseqüências significam. "Nós damos ao inimigo sionista o prazo até 6 horas de amanhã, terça-feira, 4 de julho", diz o texto. O primeiro ministro israelense, Ehud Olmert, o ministro da Defesa, Amir Peretz, e o chefe das Forças Armadas rejeitaram na segunda-feira qualquer negociação com os militantes palestinos. O legislador palestino Mohammed Dahlan, aliado próximo do moderado presidente Mahmoud Abbas, afirmou que o ultimato foi uma tática de negociação e que os esforços para chegar a um acordo continuam. "O que nos interessa agora na Faixa de Gaza é não chegar a um ponto em que não haja retorno", ele disse. "Todos têm um interesse em sair dessa crise Plano para debelar crise Em Londres, o jornal árabe Al-Hayat informa nesta terça-feira sobre um suposto plano para acabar com a crise. Ele incluiria a transferência de Shalit para o Egito ou França em troca de um compromisso por parte de Israel de libertar prisioneiros palestinos, mas sem negociar com as facções. Além disso, Israel suspenderia a operação Chuvas de Verão no sul e norte da faixa de Gaza e os milicianos palestinos, provavelmente, renunciariam a seus ataques contra localidades israelenses com foguetes Qassam. Por enquanto, não houve reações em Israel e nem em Gaza ao plano, cujo conteúdo foi divulgado pela rádio pública israelense. O soldado Gilad Shalit, de 19 anos, foi capturado durante uma operação palestinos em um posto do Exército israelense em Gaza, no dia 25 de junho. Israel lançou por quase uma semana ataques aéreos e tiros de artilharia em Gaza em um esforço sem sucesso de forçar os militantes a soltarem o soldado. O Estado judeu enviou nesta segunda-feira uma pequena quantidade de tanques ao norte de Gaza, o que aumentou o medo de uma grande invasão na região. Ofensiva israelense Nesta terça-feira na cidade de Ramallah, na Cisjordânia, depois de cercar um prédio palestino, forças israelenses prenderam três militantes supostamente envolvidos no seqüestros e assassinato de um colono israelense, de 19 anos. A captura do jovem Eliahu Asheri, adicionou mais tensão à situação envolvendo o seqüestro do soldado. O corpo de Asheri foi encontrado na quinta-feira perto de Ramallah. Exército israelense atacou, ainda nas primeiras horas desta terça-feira (segunda-feira no Brasil), a Universidade Islâmica de Gaza, reduto do Hamas, pouco depois de outro míssil ter causado a morte de um jovem na cidade de Beit Hanoun. Testemunhas declararam que ouviram o barulho dos helicópteros Apache sobrevoando a cidade e que o foguete caiu perto da Sala de Conferências, no campus da Universidade Islâmica, causando graves danos materiais no edifício. O ataque contra a universidade, considerada uma das instituições dirigidas pelo Hamas, foi precedido pelo lançamento de um outro míssil por um avião de reconhecimento não pilotado que causou a morte de Ismael Al-Masri, de 19 anos. Este texto foi atualizado às 03h23

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