
04 de setembro de 2008 | 13h34
O prefeito de Detroit, nos Estados Unidos, Kwame Kilpatrick, declarou-se hoje culpado por obstrução judicial em um escândalo sexual, após chegar a um acordo com a Promotoria pelo qual terá que renunciar. O acordo foi anunciado durante uma audiência nesta quinta-feira, 4, encerrando sete meses de impasse que levaram a acusações de traição. O caso levou a cidade, a região e o Estado a uma situação de caos político. O democrata de 38 anos passará quatro meses preso e cinco anos em liberdade condicional. Ele também pagará US$ 1 milhão (R$ 1,69 milhão) em restituições ao longo desses cinco anos. O juiz David Groner perguntou se Kilpatrick tinha noção de que desistia de provar sua inocência até que se provasse que ele era culpado. "Eu desisti disso faz tempo", respondeu o réu. O político casado e sua ex-chefe-de-gabinete Christine Beatty foram acusados em março de perjúrio, conduta imprópria e obstrução da justiça. Eles são acusados de mentir sob juramento sobre um caso e também sobre seus papeis na demissão de um vice-chefe de polícia. Christine não se declarou culpada e voltará à corte em 11 de setembro. Já ele será sentenciado em 28 de outubro e deve anunciar a renúncia de imediato - o afastamento passará a valer oficialmente dentro de duas semanas. O presidente da Câmara de Vereadores, Ken Cockrel Jr, sucederá Kilpatrick como prefeito até que uma nova eleição seja realizada. Killpatrick teve bons e maus momentos no cargo. Filho de uma congressista de Detroit, ele tinha apenas 31 anos quando foi eleito, em 2001, tornando-se o mais jovem prefeito na história da cidade. Sua retórica pró-Detroit e seu brinco de diamantes cativaram muitos eleitores negros, principalmente entre os jovens, que apoiavam o "Prefeito Hip-Hop". Porém seu primeiro mandato ficou marcado pela imaturidade política e irresponsabilidade fiscal. Killpatrick gastou milhares de dólares do orçamento público em viagens e em um luxuoso carro para sua esposa, Carlita.
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