NOVA YORK - O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, anunciou nesta segunda-feira, 7, um plano para aumentar em 1% os impostos dos moradores mais ricos para financiar as reformas do defasado sistema de metrô e ônibus da maior cidade dos Estados Unidos.
Com queixas constantes dos nova-iorquinos pelos atrasos crônicos, superlotação, descarrilamentos e sujeira extrema no metrô, De Blasio revelou o plano de reformas que pressupõe a alta dos impostos municipais para quem ganha mais de US$ 500 mil anuais, ou seja, cerca de 32 mil moradores de Nova York, ou 0,8% da população.
O dinheiro arrecadado - entre US$ 700 e 820 milhões anuais - financiaria reformas e serviria também para reduzir à metade o preço da passagem do metrô e dos ônibus para 800 mil nova-iorquinos de baixa renda, explicou.
Para ser aprovado, o plano precisa ser autorizado pelos legisladores estaduais, o que pode ser difícil, já que De Blasio é democrata e a Câmara local é controlada pelos republicanos.
"O status quo não está funcionando atualmente. Nós também sabemos que não é justo. Está na hora de fazer algo que realmente fuja dos padrões. Está na hora de subir os impostos" em 1% para os mais ricos, disse De Blasio no anúncio de sua proposta em coletiva no centro do Brooklyn. "Está na hora de um pouco de justiça básica", afirmou.
O dinheiro arrecadado também serviria como garantia de empréstimos de até US$ 8 bilhões para "melhorias em capital", como modernização da sinalização, novos veículos e manutenção das vias férreas.
O prefeito e o governador do Estado de Nova York, Andrew Cuomo, também democrata, culpam um ao outro pelo abandono do sistema de transporte público e brigam para decidir quem deve pagar as contas das reformas.
Ainda que o metrô seja administrado pelo governo estadual, que controla a autoridade de transportes MTA, Cuomo afirma que a prefeitura da cidade, a mais populosa dos Estados Unidos, com 8,5 milhões de habitantes, é a proprietária do sistema de metrô, alugado da MTA, e por isso deve contribuir mais no financiamento.
Um plano de reformas do sistema de transporte público anunciado em julho pela MTA prevê um investimento de US$ 840 milhões em sua primeira fase de estabilização, e US$ 8 bilhões numa segunda fase de modernização, que incluiria novos trens e sinalização. / AFP