Prefeito de Potosí é primeiro rival de Evo para eleições

Para que possa ser proclamada uma nova Constituição no país, a partir de 2008, as eleições gerais foram antecipadas pelo próprio presidente há duas semanas

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Por Agencia Estado
Atualização:

O prefeito de Potosí, René Joaquino, foi anunciado como candidato presidencial às eleições antecipadas de 2008 e tornou-se o primeiro adversário do atual líder boliviano, Evo Morales A candidatura de Joaquino foi feita na noite desta sexta-feira na cidade de Cochabamba por um ideólogo expulso do atual partido no poder, o Movimento ao Socialismo (MAS), Filemón Escobar, informou neste sábado, 31, a imprensa local. O fato de Joaquino liderar um partido de esquerda, a Aliança Social (AS), mais o apoio de um ex-colaborador de Morales favorecem o adversário que disputará com Morales os discursos nacionalista, indígena e esquerdista. Joaquino pertence à etnia quíchua, o maior povo indígena da Bolívia, enquanto Morales é aimara. Além de Joaquino, os noticiários locais especulam outras candidaturas, como a do ex-presidente direitista Jorge "Tuto" Quiroga, que já foi adversário de Morales nas urnas em 2005, mas não há nada oficial a respeito. Eleições extraordinárias As eleições gerais de 2008, não previstas no sistema jurídico vigente na Bolívia, foram anunciadas semanas atrás pelo próprio Morales, a quem os analistas dão como forte aspirante, embora ele, por enquanto, negue essa idéia. Segundo ele, são necessárias eleições devido à proclamação de uma nova Constituição, discutida pela Assembléia Constituinte desde agosto de 2006 e que deve ser entregue em quatro meses, embora até agora não tenha sido redigido nenhum artigo. O MAS colocou na Assembléia a reeleição presidencial para um segundo período consecutivo (agora proibida), mas contando a partir de 2008, o que permitiria a Morales prorrogar o Governo até 2018, segundo teme a oposição. O constituinte René Navarro, autor da proposta, disse que a denúncia de que está sendo articulada uma dupla prorrogação de mandato para o presidente, primeiro até 2013 e depois até 2018, "só busca desprestigiar Morales e o MAS." Os membros do MAS dizem que as eleições extraordinárias de 2008 marcariam o início da norma da reeleição, pois haverá uma nova Constituição, e, por isso, o pleito vencido por Morales em 2005 "não conta."

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