Prefeitos ignoram ameaças e voltam ao trabalho na Colômbia

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Por Agencia Estado
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Mais de 100 autoridades municipais - entre elas 34 prefeitos - desafiaram, nesta quinta-feira, as ameaças de morte feitas por guerrilheiros, retirando suas renúncias e concordando em voltar ao trabalho, na Colômbia. A informação foi dada por Gilberto Toro, presidente da Federação dos Municípios Colombianos. As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) advertiram 110 prefeitos e centenas de autoridades municipais que eles seriam considerados alvos militares, caso não renunciassem até a meia-noite desta quarta-feira. Entretanto, autoridades do governo do presidente Andrés Pastrana disseram que não estavam muito preocupados sobre notícias de que as Farc estariam estendendo sua ameaça a todos os prefeitos e funcionários municipais do país. O ministro da Justiça, Romulo González, afirmou que os rebeldes seriam forçados a seqüestrar ou matar 500 mil funcionários públicos para cumprirem a ameaça. "É uma guerra psicológica, já que eles perderam todas as outras batalhas", avaliou González. "Eles vão perder esta também." Autoridades federais reuniram-se com os ameaçados e ofereceram guarda-costas, veículos blindados e a oportunidade de trabalhar dentro de bases militares. Dezenas de prefeitos já estão exercendo seu trabalho nas capitais provinciais ou em Bogotá, e prefeituras em todo o país foram forçadas a fechar devido à pressão rebelde. Numa entrevista na quarta-feira à Rádio Super, um comandante das Farc identificado apenas como "Alberto" anunciou que a ameaça da guerrilha havia sido estendida "para todos os lugares do país onde o establishment tem presença". Os rebeldes afirmam que a ameaça visa forçar o governo a retomar as fracassadas conversações de paz, que o presidente Pastrana suspendeu em fevereiro depois de três anos de negociações. Cinco supostos guerrilheiros foram presos hoje sob acusação de terem feito ameaças na cidade de Fomegue, 100 km a sudeste de Bogotá, informou a polícia. Desde que as primeiras ameaças foram feitas, três semanas atrás, as Farc teriam assassinado um prefeito. Autoridades confirmaram hoje que outro prefeito - Rigo Calvo, da cidade de La Sierra - foi seqüestrado em seu escritório.

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