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Prefeitos não devem se intimidar com ameaças, diz Pastrana

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Andrés Pastrana pediu aos prefeitos e governadores que não se deixem intimidar pelas ameaças da Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que buscam com isso criar um vazio de poder no país. Segundo ele, a campanha de intimidações das Farc ?é produto da guerra que declararam contra a Colômbia?. ?Mas não é por isso que vamos parar o país nem abandonar nosso trabalho", disse Pastrana ontem à noite. Diante das ameaças, o governo permitirá que os prefeitos trabalhem a distância, em instalações militares ou no interior das sedes administrativas. Para o momento, foi descartada a proposta de declarar o estado de comoção interna - um estado de exceção que permite suspender temporariamente algumas leis para enfrentar alterações da ordem pública, mas sem restringir as liberdades fundamentais. Também foi descartada, por enquanto, a nomeação de prefeitos militares nas zonas de perigo. No entanto, o Defensor do Povo, Eduardo Cifuentes, defendeu a decretaçãO do estado de comoção interna. "Se os municípios ficarem sem autoridades municipais e departamentais (estaduais), não apenas se produzirá um vazio absoluto de poder do Estado, como também as localidades se transformarão em súditas de um poder de fato", afirmou. Medidas Pastrana se reúne nesta terça-feira com as autoridades municipais e departamentais para tomar medidas adicionais que lhes permitam continuar seu trabalho. Atualmente, mais de 100 prefeitos foram ameaçados, incluindo os administradores de grandes cidades como Bogotá e Cali. O prefeito de San Vicente del Caguán, Néstor Ramírez, - município que sediou neste ano os fracassados diálogos de paz entre o governo e as Farc - informou nesta terça-feira que todos os vereadores e funcionários administrativos se demitiram de seus cargos, motivo pelo qual a prefeitura "fechou suas portas". Ele ratificou, porém, sua decisão de continuar à frente do município. O analista político e ex-guerrilheiro, León Valencia, afirmou que, em uma possível nova negociação, as Farc se sentiriam com direito a um território muito mais amplo do que o da zona de distensão, controlada pelo grupo durante as negociações de paz, que abrangia 42 mil km2. A fórmula aplicada, segundo ele, seria a da "paz em troca de território".

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