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Prejuízo pode chegar a US$ 309 bilhões

Tragédia pode ser o mais devastador desastre natural já ocorrido no mundo do ponto de vista econômico

Por Cláudia Trevisan
Atualização:

PEQUIMO prejuízo do terremoto seguido de tsunami que atingiu o Japão no dia 11 poderá alcançar até US$ 309 bilhões, segundo estimativa do governo japonês divulgada ontem. Se a previsão se confirmar, esse será o mais devastador desastre natural já ocorrido no mundo do ponto de vista econômico.O gabinete japonês disse ontem que as perdas com a destruição de casas, estradas, infraestrutura e atividades empresariais devem ficar entre US$ 198 bilhões e US$ 309 bilhões, o que colocará mais pressão sobre contas públicas de um país cujo déficit fiscal está próximo de 10% do PIB e possui uma dívida 200% superior ao tamanho de sua economia. A estimativa do governo japonês supera a divulgada no dia anterior pelo Banco Mundial, que coloca o prejuízo entre US$ 122 bilhões e US$ 233 bilhões, cifras equivalentes a 2,5% e 4% do PIB do Japão, respectivamente.A maior parte dos custos para reconstrução do país será bancada pelo governo e pelas famílias japonesas, já que as apólices de seguros costumam ter cláusulas de exceção para os casos de catástrofes naturais.Nenhuma das previsões de gastos apresentadas até agora, porém, considera os danos provocados pela crise na usina nuclear Fukushima, que afetará o fornecimento de energia e poderá ter impacto devastador sobre o país caso não seja controlada a tempo.Mesmo no cenário mais otimista, o colapso da usina afetará o fornecimento de eletricidade e demandará investimentos para restabelecimento da situação que existia antes do dia 11. As fontes nucleares respondem por 36% da matriz energética japonesa e as centrais atingidas pelo desastre contribuem com 20% desse total. A última catástrofe natural de grandes proporções a atingir o Japão havia sido o terremoto de Kobe, em 1995, que provocou um prejuízo de US$ 100 bilhões e deixou 6,4 mil mortos. Até ontem, o terremoto seguido de tsunami havia deixado 23 mil pessoas mortas ou desaparecidas e cerca de 300 mil desabrigadas. Reconstrução. O Japão perdeu em 2010 o posto de segunda maior economia para a China. O Banco Mundial prevê que o desastre provocará redução do crescimento do país até a metade do ano, mas permitirá o aquecimento de sua economia a partir de então, em razão dos investimentos que serão realizados para a reconstrução do Japão.

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