13 de março de 2017 | 11h02
EDIMBURGO - A primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, disse que pretende realizar um novo referendo sobre a independência do país no fim de 2018 ou no início de 2019, uma vez que os termos para a saída do Reino Unido da União Europeia estejam mais claros.
Se for realizada, a votação, que poderia dividir o Reino Unido meses antes da implementação da saída da União Europeia (UE), seria mais uma complicação dentro dos procedimentos para deixar o bloco econômico com a qual a premiê britânica, Theresa May, pode ter de lidar.
Sturgeon acredita que pode conseguir uma vitória em um segundo referendo pela independência e disse que pedirá na próxima semana autorização ao Parlamento escocês para convocar a votação.
"Se a Escócia tiver uma escolha real - quando os termos do Brexit forem conhecidos e antes que seja tarde de mais para escolhermos o nosso futuro -, ela (a votação) deve ocorrer entre o outono do próximo ano, 2018, e a primavera de 2019", afirmou Nicola.
A reivindicação escocesa foi feita antes de May dar início ao processo formal de saída do Reino Unido da UE - o que deve ocorrer nesta semana. Sturgeon já vinha defendendo que a Escócia fosse autorizada a fechar seus próprios acordos com a UE antes da conclusão do Brexit.
Para que o novo referendo escocês seja realizado, no entanto, ele deve ser autorizado pelo Parlamento britânico - no qual o Partido Conservador, de May, ocupa a maioria do assentos. "Se o Reino Unido deixar a EU sem que a Escócia indique previamente que queremos uma relação diferente com a Europa, poderemos enfrentar um período longo não apenas fora da UE, mas também do mercado único", disse Nicola.
O resultado da votação do ano passado que decidiu pelo Brexit deixou o futuro do Reino Unido em jogo já que Gales e Inglaterra votaram em massa pela saída do bloco europeu enquanto que Escócia e Irlanda do Norte optaram por permanecer, mas foram superados pelos vizinhos.
De acordo com um porta-voz de May, a primeira-ministra não descarta autorizar a realização da consulta na Escócia, apesar de considerar que o movimento poderia "causar incerteza econômica no pior momento". "Há evidências de que a maioria dos escoceses não querem um novo referendo", disse o porta- voz do governo britânico. / REUTERS e AFP
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