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Premiê da Itália diz que naufrágio poderia ter sido evitado

Governo afirmou que já ocorreu um 'dano ambiental' na área, embora ainda restrito ao fundo do mar

Atualização:

LONDRES - Em sua primeira declaração após o naufrágio do Costa Concordia, o primeiro-ministro da Itália, Mario Monti disse nesta quarta-feira, 18, que o acidente 'poderia e deveria ter sido evitado'.

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Em visita ao Reino Unido para tratar de problemas relacionados com a crise da zona euro, Monti não quis dar declarações detalhadas, por considerar que os assuntos devem ser tratados pela Guarda Costeira e Capitania dos Portos do país. O primeiro-ministro afirmou, no entanto, que uma das grandes preocupações agora é evitar danos ao meio ambiente.

 

Veja também:tabela ESPECIAL: O naufrágio do Costa Concordiasom Diálogo entre autoridades e capitão é divulgado; ouçalinkMortos chegam a 11 no naufrágio

 

Danos ambientais

O Governo italiano afirmou nesta quarta-feira que já ocorreu um 'dano ambiental', embora muito restrito ao fundo do mar da ilha de Giglio, por causa do naufrágio de sexta-feira do transatlântico Costa Concordia, que contém em seu interior 2.380 toneladas de combustível.

 

À margem de seu comparecimento nesta quarta-feira no plenário da Câmara Baixa, o ministro de Meio Ambiente italiano, Corrado Clini, afirmou que existe o risco de um possível vazamento de combustível ao mar, que pode esparramar-se ao longo de toda a costa do Mar Tirreno.

 

"Estamos diante de uma situação limite porque o navio está instável. É preciso atuar rápido (...). Acredito que nas próximas 12h estaremos prontos para começar a trabalhar para esvaziar as 2.380 toneladas de combustível do reservatório, mas para isso precisaremos de ao menos duas semanas".

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O ministro de Meio Ambiente admitiu que para retirar o "Costa Concordia" do lugar onde está encalhado, obviamente será preciso mais tempo, basta "um pouco de bom senso para entender que existe uma manobra arriscada. Nesta quarta-feira, as autoridades tiveram de suspender as operações de resgate por causa de uma nova movimentação do transatlântico.

 

"Corremos um enorme risco de o combustível se dispersar no mar, o que pode contaminar não só a zona do naufrágio, mas toda a costa do Tirreno. Isso depende muito das correntes marinhas", comentou Clini, quem explicou que já receberam propostas da França e Alemanha para colaborar na gestão da catástrofe.

 

Segundo o ministro italiano, não é preciso que o Governo aprove uma lei proibindo os cruzeiros de se aproximarem do litoral para saudar os aldeões - o que está sendo cogitado como possível causa do naufrágio do "Costa Concordia"-, mas basta que impere o "bom senso" para perceber que estas são manobras "perigosas".

 

Na segunda-feira, Clini anunciou que o Governo decretará estado de emergência na zona no próximo Conselho de Ministros, previsto para esta sexta-feira, e se referiu a pequenos vazamentos de "matéria líquida" que, por enquanto, não se sabe se é combustível.

 

"As investigações em curso permitirão saber a natureza das perdas. Mesmo sem saber, começamos a proteção do casco com painéis que permitam conter os vazamentos", detalhou o ministro.

 

O representante na Itália da companhia holandesa Smit Salvage, encarregada pelas tarefas de retirada do combustível, estimou nesta quarta-feira que serão necessárias de duas e seis semanas para extrair todo o combustível dos tanques, e explicou que para isso e sem que ocorra contaminação será utilizado um sistema que permite perfurar a chapa da cisterna.

 

A ilha de Giglio faz parte de um parque natural marinho considerado um dos maiores ecossistemas do Mediterrâneo e em torno dela os helicópteros que trabalham nos trabalhos de resgate já visualizaram manchas na água.

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O naufrágio do "Costa Concordia", de propriedade da companhia Costa Cruzeiros, fez por enquanto 11 mortes.

 

Com agências de notícias.

 

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