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Premiê da Tailândia defende resposta a enchentes

País sofre as piores inundações das últimas décadas; Bangcoc está em alerta

Por PRACHA HARIRAKSA
Atualização:

BANGCOC - A primeira-ministra tailandesa, Yingluck Shinawatra, defendeu nesta quarta-feira, 19, a resposta de seu governo para as piores enchentes do país em meio século, enquanto tropas lutavam para proteger centros industriais e Bangcoc se preparava para a subida das águas. Yingluck disse que a moral da população precisa ser levantada e políticos, empresas e o público precisam se unir para acelerar a recuperação e minimizar perdas. A capital tem visto apenas pequenas inundações em seus arredores, mas sete dos distritos do norte foram colocados em alerta na quarta-feira, 19, com 200 famílias sendo removidas e outras tendo que mover carros e objetos de valor para terrenos mais altos. Em resposta à crise das enchentes, o banco central manteve sua taxa básica de juros em 3,5%, fazendo uma pausa em mais de um ano de aperto monetário por causa das crescentes perdas econômicas e pressões inflacionárias à medida que os bens se tornam escassos por problemas na oferta. As pressões inflacionárias também são provenientes dos gastos agressivos do governo nos esforços de recuperação das inundações e em um novo sistema de gerenciamento de água nas províncias mais duramente atingidas, disse o Banco da Tailândia. Prejuízos

 

Após apenas dois meses no cargo, Yingluck tem enfrentado críticas sobre as mensagens conflitantes de seu governo e a resposta lenta às inundações. As estimativas de danos variam, mas podem chegar a até US$ 5 bilhões, segundo o governo. O custo para a economia pode ir muito além se Bangcoc, que responde por 41% do Produto Interno Bruto (PIB), for inundada. Yingluck disse que as comunicações com o público seriam melhoradas e todos os esforços estavam sendo feitos para proteger a capital. "Eu digo a verdade, temos feito tudo no melhor de nossa capacidade", afirmou a jornalistas, com a voz trêmula. "No entanto, neste ano estamos enfrentando a enchente mais severa já registrada. Precisamos de apoio, incentivo e cooperação de todos os setores e de todas as pessoas também". As inundações no norte, nordeste e centro do país mataram pelo menos 317 pessoas desde julho, estragando zonas industriais e agrícolas no país que é o maior exportador de arroz do mundo. Vinte e sete das 76 províncias da Tailândia foram afetadas, cobrindo cerca de 1,6 milhão de hectares - uma área aproximadamente 16 vezes o tamanho de Hong Kong. No Camboja, 247 mortes foram relatadas, incluindo ao menos 80 crianças, enquanto autoridades no Vietnã dizem que o número de mortos aumentou para 55. De acordo com as Nações Unidas, 745 pessoas foram mortas e 8 milhões afetadas por inundações na Tailândia, Camboja, Vietnã, Laos e Filipinas desde julho. A maior estrada e porta de entrada para Bangcoc a partir do norte da Tailândia foi fechada por causa das águas na altura do joelho que invadiram quando os portões dos canais foram abertos para aliviar a pressão nos diques. Planos estavam sendo realizados para desviar as águas, cuja profundidade chegava a 3,8 metros, dos centros industriais nas províncias de Ayutthaya e Pathum Thani, enquanto equipes de socorro distribuíam alimentos e remédios e barcos carregados de alimentos e roupas transportavam pessoas para locais mais altos. A grande preocupação é com outro período de chuvas pesadas e marés altas previsto para o final de outubro. Embora Bangcoc deva conseguir escapar do tipo de inundação que assolou outras áreas, incluindo a capital antiga de Ayutthaya e seus templos de séculos de existência, autoridades alertaram nesta quarta que os riscos permaneciam. O governador de Bangcoc, Sukhumbhand Paribatra, insistiu que os moradores não entrassem em pânico, mesmo com as águas ameaçando sete distritos do norte depois que portões dos canais foram abertos para canalizar água para o mar.

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