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Premiê do Egito diz que austeridade é necessária para economia

Atualização:

O primeiro-ministro disse aos egípcios neste domingo que a situação econômica do país era pior que qualquer um havia imaginado, e que medidas de austeridade seriam necessárias para frear um crescente déficit orçamentário. Kamal al-Ganzouri, de 78 anos, também disse, em coletiva de imprensa transmitida ao vivo na televisão estatal, que o restabelecimento da segurança seria uma prioridade para o "governo de salvação nacional" que ele lançou na semana passada. "A situação econômica é pior que qualquer um imagina", afirmou. Segundo ele, o problema era decorrente das falhas nas políticas adotadas pelo governo do presidente deposto Hosni Mubarak nas últimas décadas. Ganzouri disse que o governo não aceitaria receber uma ajuda de 3,2 bilhões de dólares do Fundo Monetário Internacional (FMI) até que a previsão para o orçamento estivesse mais clara. "Se formos obrigados a recorrer ao FMI, faremos isso. É uma questão que está aberta para a discussão", afirmou, reiterando comentários feitos por um general do conselho militar que atualmente governa o país. O coronel havia dito que o Egito pediria ajuda ao FMI apenas em uma situação de "necessidade extrema." O Egito negociou a assistência financeira com o FMI neste ano, mas recusou a ajuda em meados do ano. Desde então, sua postura diante da possibilidade se mostrou incerta. "Para reduzir os gastos em 20 bilhões (de libras egípcias) é necessário que haja austeridade, mas nos setores que achamos não irão afetar o cidadão egípcio. Eu quero reduzir (esse déficit orçamentário), porque se o déficit continuar como está, haverá inflação", afirmou. A forte alta nos preços estava entre os fatores políticos e econômicos que levaram a população às ruas para derrubar Mubarak, e os preços têm aumentado novamente. O índice de inflação para o consumidor urbano atingiu 9,1 por cento em novembro, em comparação aos 7,1 por cento em outubro. (Reportagem de Dina Zayed e Patrick Werr)

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