19 de agosto de 2010 | 09h10
Uma comissão de especialistas deve fazer neste mês as recomendações, para serem concluídas até o final do ano. A imprensa diz que o grupo irá sugerir que o país reforce sua capacidade de reação a múltiplos ataques e também reveja sua posição defensiva, excessivamente dependente da dissuasão nuclear norte-americana.
"O papel das Forças de Autodefesa está se tornando cada vez mais importante para a paz do Japão", disse Kan, que assumiu o cargo em junho, tornando-se o quinto premiê em três anos. "Quero que vocês (comandantes) me deem opiniões sinceras."
O ministro da Defesa, Toshimi Kitazawa, disse a jornalistas após a reunião, sem dar detalhes, que Kan e os quatro comandantes discutiram questões relativas à Coreia do Norte e China, entre outras.
Pelo artigo 9. da Constituição japonesa de 1947, redigida pelas forças de ocupação dos EUA, o país renuncia ao direito de travar guerras para resolver disputas internacionais e está proibido de manter forças armadas.
Mas o texto tem recebido uma interpretação que acaba permitindo a manutenção de forças armadas ("de autodefesa") maiores que as da Grã-Bretanha, inclusive com atividades no exterior -- como em 2004, quando Tóquio mobilizou soldados para missões de apoio na guerra do Iraque.
A imprensa diz que a comissão consultiva irá propor também que o governo suspenda a proibição de ajudar aliados que sejam atacados, discuta formas de atenuar o veto à exportação de armas e reveja a política que impede o país de ter armas nucleares.
Uma comissão recomendou no ano passado que o Japão atenue as restrições aos seus militares, mas as propostas foram deixadas de lado depois que o partido Democrata chegou ao poder pela primeira vez, em agosto.
Alguns analistas dizem, no entanto, que a realidade das ameaças regionais pode levar o partido governista a trilhar um caminho semelhante ao de seus antecessores conservadores.
(Reportagem de Linda Sieg e Kiyoshi Takenaka)
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