
25 de novembro de 2011 | 10h00
CAIRO - O recém nomeado primeiro-ministro do Egito, Kalam al-Ganzouri, concordou em formar um novo governo civil, após discussões com a junta militar que governa o país, informou nesta sexta-feira, 25, à imprensa estatal egípcia.
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A medida tem como objetivo tentar acalmar os manifestantes que pedem o fim do regime militar.
Ganzouri foi primeiro-ministro do Egito entre 1996 e 1999. Sua oposição ao agora presidente deposto do Egito, Hosni Mubarak, rendeu-lhe a demissão e uma prisão domiciliar.
Entretanto, alguns analistas acreditam que o indicado, um político de 78 anos e uma longa carreira na política do país, não vá agradar à juventude, que forma o grosso dos protestos nas ruas.
Novas manifestações já foram convocadas para depois das preces de sexta-feira e observadores temem que este seja um dos dias mais violentos desde que os protestos foram retomados na semana passada.
Cerca de 40 pessoas já foram mortas nos confrontos desde o dia 19 de setembro e centenas são atendidas diariamente nos hospitais da capital egípcia.
Dezenas de milhares de pessoas já se aglomeram na praça Tahrir, para onde jovens com bastões e o que parecem ser coquetéis molotov foram vistos se dirigindo.
O ex-candidato à Presidência e vencedor do prêmio Nobel Mohamed El Baradei também participa dos protestos.
A turbulência ocorre a três do início das eleições parlamentares marcadas para a segunda-feira.
A junta militar que governa o país pediu desculpas pelos mortos nos conflitos, mas rejeitou pedidos de adiar o pleito.
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