Premiê francês defende investigação de Sarkozy

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O primeiro-ministro da França, Manuel Valls, defendeu a investigação do ex-presidente Nicolas Sarkozy num caso de suspeita de tráfico de influência. "A situação é séria, os fatos são graves", disse Valls a uma rádio francesa. "O que é mais importantes é que os sistema de justiça pode trabalhar com toda a independência e calma e que a presunção de inocência é respeitada". As declarações de Valls foram feitas horas depois de Sarkozy e seu advogado, Thierry Herzog, terem sido liberados pela polícia num subúrbio de Paris, depois de serem indiciados por suspeita de tráfico de influência e corrupção, informou Paul-Albert Iweins, advogado de Herzog. Tal medida é tomada quando os investigadores acreditam que existem provas claras de um provável envolvimento do suspeito no crime. No final das investigações, os magistrados podem levar adiante as acusações e mandar Sarkozy e Herzog para julgamento ou encerrar o caso. Os dois foram interrogados, informaram os promotores, como parte de uma investigação a respeito da suspeita de que Sarkozy usou sua influência como ex-chefe de Estado para ajudar um magistrado a conseguir um outro cargo. O ex-presidente teria como objetivo ter acesso a informações sobre um inquérito que investigava a campanha presidencial de 2007. Na França, tráfico de influência é um crime que pode ser punido com prisão e pagamento de multa. "Quando os fatos se tornarem conhecidos, vamos descobrir que tudo foi apenas uma discussão entre amigos que foi mal interpretada", afirmou Iweins à rádio. Sarkozy não é o primeiro presidente francês a ser investigado. Um tribunal condenou seu antecessor, Jacques Chirac, em 2011, por desfalque e violação da confiança pública. Chirac foi liberado sob condicional. Sarkozy já foi investigado sob suspeita de ter abusado da fragilidade de Liliane Bettancourt, a nonagenária herdeira da emprese da cosméticos L''Oreal, para arrecadar fundos de campanha ilegalmente. A investigação foi encerrada no ano passado por falta de provas. O ex-presidente negou ter se aproveitado da fragilidade de Bettancourt e de ter arrecadado fundos ilegais para sua campanha. A detenção de Sarkozy pode ter consequências graves para sua carreira, já que ele analisava a possibilidade de um retorno à vida política, segundo pessoas familiarizadas com a questão. O ex-presidente não descartou uma volta, afirmando que estudaria a questão "pelo bem da França". Nesta quarta-feira, Valls tentou evitar críticas de que seu governo estaria se intrometendo nos assuntos de Sarkozy. O governo, declarou ele, "não pediu aos juízes que conduzissem as investigações. Eles agem e fazem seu trabalho de forma independente." Fonte: Dow Jones Newswires.

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