24 de dezembro de 2014 | 14h40
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, foi reeleito pelo Parlamento nesta quarta-feira, abrindo o caminho para que lance um novo gabinete com um ministro da Defesa cujo apoio para o ampliar a capacidade de ataque preventivo do Japão poderia irritar a China.
Abe descartou sugestões de que uma eleição com baixo comparecimento há 10 dias tenha desvalorizado sua vitória, e prometeu avançar com suas políticas econômicas e perseguir seu objetivo de uma postura de segurança mais assertiva.
Abe indicou Gen Nakatani para ministro da Defesa, disse o chefe de gabinete, Yoshihide Suga. Ele substitui Akinori Eto, que enfrentou questionamentos sobre seu uso de fundos políticos.
O restante do gabinete, o terceiro desde que Abe voltou ao poder no final de 2012, está inalterado, Suga acrescentou.
A escolha de Nakatani para a Defesa é um aceno para preocupações com as crescentes ameaças de Coreia do Norte e China. Nakatani, de 57 anos, é graduado na Academia Nacional de Defesa do Japão e serviu brevemente nas forças armadas, é ex-ministro da Defesa e defende que o Japão tenha a capacidade de atingir as bases inimigas preventivamente em face a ataques iminentes.
Sua nomeação poderia atrair o fogo da China, especialmente considerando o objetivo declarado de Abe de um perfil de segurança mais forte para o Japão, que inclui a aprovação de uma lei em 2015 para reinterpretar a constituição pacifista do Japão. Isso permitiria que o Japão auxilie um aliado e pavimente o caminho para que suas tropas lutem no exterior pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial.
(Por Elaine Lies)
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.