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Premiê palestino diz que novo gabinete apóia a ´resistência´

Palestinos resistem ao Estado de Israel, que impõe ao trânsito de pessoas entre os territórios; enquanto isso, presidente palestino, Mahmoud Abbas, diz que busca paz

Por Agencia Estado
Atualização:

Legisladores palestinos se preparavam para endossar um novo gabinete de unidade neste sábado, 17, depois de o primeiro-ministro, Ismail Haniyeh, do movimento islâmico Hamas, ter declarado que iria defender o direito a "todas as formas" de resistência contra Israel. A declaração desafiadora de Haniyeh contrastou com um discurso conciliatório feito pelo presidente palestino, Mahmoud Abbas, da facção Fatah, que destacou a busca pela paz e pediu ao mundo o fim de um boicote que vem incapacitando o governo palestino. Israel descartou negociar com a coalizão Fatah-Hamas, citando a recusa do Hamas em aceitar as exigências, estabelecidas há um ano pelos mediadores estrangeiros pela paz que integram o chamado Quarteto, de abandonar a violência, reconhecer o Estado judaico e aceitar os acordos prévios de paz. "Não vamos trabalhar com esse governo", disse Miri Eisin, a porta-voz do primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert. "Esse governo não reconhece nossa existência, não reconhece nossos tratados e, o mais importante, não renuncia de forma alguma ao terror", disse, referindo-se às declarações de Haniyeh. Mas com a crescente ansiedade internacional com relação ao impasse diplomático, à violência de facções e ao aumento da miséria palestina, há sinais de flexibilidade por parte do Ocidente em negociar com membros do novo gabinete que não sejam do Hamas. Abbas, que lidera a Organização pela Libertação da Palestina, voltou a endossar a oferta árabe de paz total com Israel se o Estado judaico sair do território que ocupa desde a Guerra de 1967. Porém Haniyeh, que assinou um acordo para dividir o poder com o líder do Fatah, Abbas, em fevereiro, manteve um tom de quem não tem o mesmo compromisso. "O governo afirma que a resistência de todas as formas, incluindo a resistência popular à ocupação, é um direito legítimo do povo palestino", disse. Oitenta e sete dos 132 membros do Conselho Parlamentar palestino se reuniram em Gaza e em Ramallah em uma sessão por vídeo-conferência. Quarenta e um parlamentares, incluindo 37 do Hamas, não puderam comparecer porque estão em prisões israelenses. As restrições que Israel impõe ao trânsito de pessoas impediram que todos os membros do Conselho se encontram-se em um local.

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