
14 de abril de 2013 | 02h02
Segundo a agência Reuters, Fayyad colocou o cargo à disposição na quarta-feira, por discordâncias sobre política de governo. Nas últimas semanas, surgiram indícios de que Fayyad, um político independente respeitado no exterior, tinha aumentado suas divergências com Abbas e a Fatah, partido secular que governa a Cisjordânia.
As tensões teriam crescido no início de março, com a renúncia do ministro das Finanças, Nabil Qassis. Fayyad teria aceitado a saída dele, contra a vontade de Abbas. Este mês, o Conselho Revolucionário da Fatah criticou as políticas de Fayyad, chamando-as de "improvisadas e confusas". A popularidade dele caiu nos últimos meses na Cisjordânia em razão principalmente de um aumento de preços generalizado.
Economista educado nos EUA, Fayyad ganhou a confiança de governos ocidentais e virou uma referência em transparência e moderação. Desde que assumiu o posto, em 2007, conseguiu avanços na área de segurança, infraestrutura e na formação de órgãos de governo na Cisjordânia.
Em meio a uma crise econômica, acentuada depois que Israel interrompeu temporariamente a transferência de impostos para a Autoridade Palestina - uma retaliação à iniciativa de Abbas de conseguir o reconhecimento como Estado observador não membro na ONU -, a Autoridade Palestina enfrenta dificuldade para pagar integralmente e em dia seus funcionários.
Trajetória. Abbas nomeou Fayyad como premiê depois da cisão, em 2006, com o grupo radical islâmico Hamas, que passou a governar a Faixa de Gaza, de onde a Fatah foi expulsa. Fayyad chegou a renunciar em 2009, em meio a esforços de aproximação entre Fatah e Hamas, dizendo que desejava abrir caminho para a reconciliação. Ele foi reconduzido ao cargo após dois meses, quando a tentativa de reaproximação fracassou.
A nova renúncia ocorre meses após a renovação de um governo em Israel, em janeiro, e em meio a tentativas do governo americano de reestabelecer as negociações de paz entre israelenses e palestinos.
Em Jerusalém, o presidente dos EUA, Barack Obama, chegou a dizer em março que os israelenses tinham "parceiros verdadeiros" em Abbas e Fayyad. / NYT e REUTERS
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