Premiê renuncia e amplia crise no Nepal

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Por The Guardian
Atualização:

O primeiro-ministro do Nepal, Pushpa Kamal Dahal, anunciou ontem sua renúncia ao cargo, num gesto que ameaça levar o país a uma nova guerra civil. A renúncia ocorreu depois que o presidente nepalês, Ram Baran Yadav, desautorizou o premiê, ordenando que o chefe das Forças Armadas, general Rookmangud Katawal - que havia sido demitido no domingo por Dahal - retornasse ao cargo. O premiê - um ex-líder guerrilheiro maoista conhecido como Prachanda, "o cruel", em nepalês - acusava o chefe das Forças Armadas de retardar a integração dos ex-rebeldes maoistas no Exército nepalês, como determina um acordo de paz assinado em 2006. Em uma carta enviada a Yadav, o premiê acusou o presidente de ter atuado "de forma ilegal e inconstitucional", com a intenção de "criar um centro de poder paralelo". A crise desatada com a renúncia de Prachanda coloca em risco o acordo que permitiu aos rebeldes maoistas entrar na vida política nepalesa, pondo fim a dez anos de guerra civil. Cerca de 20 mil guerrilheiros que lutaram sob o comando de Prachanda são mantidos, desde o fim da guerra civil, em campos administrados pela ONU no Nepal. GOLPE A polícia entrou em alerta após a renúncia de Prachanda. Os maoistas prometeram tomar as ruas contra o que chamaram de "golpe constitucional".

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