13 de março de 2014 | 16h19
ISTAMBUL - O primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan, acusou manifestantes nesta quinta-feira, 13, de tentarem instaurar o caos para influenciar eleições locais após o pior dia de protestos na Turquia desde as manifestações contra o governo no ano passado.
Na noite da quarta-feira 12, um homem foi morto por um tiro em Istambul e um policial sofreu um ataque cardíaco fatal no leste do país. Erdogan disse que os manifestantes "queimaram e destruíram" escritórios do partido governista AK em Istambul.
"Vocês deveriam ser democráticos, pró-liberdade. Estes são charlatães, que não têm nada a ver com a democracia, eles não acreditam nas urnas", disse Erdogan, durante cerimônia de inauguração de uma linha de metrô na capital Ancara, se referindo a alguns manifestantes.
"Eles estão dizendo 'vamos causar o caos e talvez nós tenhamos um resultado'. Mas os meus irmãos em Ancara e a Turquia darão a resposta necessária em 30 de março (nas eleições locais)", acrescentou.
Erdogan descreve os confrontos e um escândalo de corrupção em seu governo como parte de um golpe antigovernamental que envolve forças nacionais e estrangeiras. Ele acusa o clérigo islâmico Fethullah Gulen, um ex-aliado, de usar sua influência na polícia e no Judiciário para manipular o inquérito contra ele.
Gulen nega as acusações. Os partidários do clérigo acusam Erdogan de conduta cada vez mais autoritária, comprometendo reformas liberais realizadas em seus primeiros anos de governo.
A polícia entrou em confronto com manifestantes em várias cidades turcas na quarta-feira, enquanto era enterrado o corpo de um adolescente ferido nos protestos de junho. A morte dele nesta semana, depois de nove meses em coma, provocou uma nova onda de distúrbios./ REUTERS
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