PUBLICIDADE

Premiê ucraniano admite dar mais autonomia para regiões do país

Em Donetsk, Yatsenyuk propõe 'reforma constitucional' para ampliar poderes dos líderes pró-Rússia

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

DONETSK - O primeiro-ministro interino da Ucrânia, Arseni Yatsenyuk, afirmou nesta sexta-feira, 11, que está comprometido em dar mais poderes para as regiões do país. O premiê não deixou claro, porém, as diferenças entre a sua proposta e as demandas do manifestantes pró-Rússia que ocupam prédios do governo no leste do país.

PUBLICIDADE

Para Yatsenyuk, as queixas da regiões orientais da Ucrânia serão apaziguadas com a reforma constitucional que vai "satisfazer as pessoas que querem as regiões com mais poderes". Ele deu como exemplo a abolição das administrações regionais controladas por Kiev, uma das medidas que será adotada para descentralizar o país.

Esta é a primeira vez que o governo de Kiev admite dar maior autonomia para as regiões, o que pode fortalecer a proposta de uma federalização da Ucrânia, como defendido pela Rússia e por muitos opositores do atual governo.

Em encontro na cidade de Donetsk com líderes de cidades do leste do país, Yatsenyuk também ouviu apelos para que o governo central autorize a realização de um plebiscito sobre a autonomia dessas regiões - a consulta, porém, não incluiria questões sobre divisão do país. "Não há separatistas ente nós", afirmou Gennady Kernes, governador de Kharkiv, onde manifestantes ocuparam prédios do governo no começo desta semana.

Antes de sair de Donetsk, Yatsenyuk afirmou que tentará uma solução pacífica para o impasse. No entanto, ele não descartou a possibilidade de a polícia ucraniana invadir os edifícios ocupados já que o prazo de dois dias que o governo deu para a desocupação já expirou.

Sanções

Nesta sexta-feira, o secretário geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), general Anders Fogh Rasmussen instou a Rússia a retirar suas tropas da fronteira com a Ucrânia. Rasmussen disse que a Otan está tomando todas as medidas legais para lidar com a instabilidade criada pelas ações "ilegítimas" da Rússia.

Publicidade

Também nesta sexta, a União Europeia voltou a ameaçar Moscou com uma possível imposição de mais sanções por elevar as tensões com a Ucrânia. Uma fonte do alto-escalão do bloco econômico afirmou que os ministros da Relações Exteriores dos 28 países-membros estudam, por exemplo, ampliar a lista de pessoas afetadas pelas punições.

Em resposta às ameaças, o chanceler russo, Serguei Lavrov, culpou o Ocidente e seu apoio ao governo 'ilegitimo' da Ucrânia pela crise. Para Lavrov, apenas uma "profunda reforma constitucional" e a garantia de que o país não entrará para a Otan poderiam resolver a situação de Kiev. / AP

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.