
15 de março de 2012 | 03h02
Sem detalhar as mudanças, Wen ressaltou que elas também são necessárias para a "completa institucionalização" das transformações no campo econômico e a preservação dos ganhos obtidos nas últimas três décadas de reforma e abertura.
Desde 1978, a China embarcou em um processo de mudança que levou o país a se integrar à economia global e a registrar índices médios de crescimento de 10% ao ano. Quando Wen assumiu seu cargo, em 2003, o país estava em sexto lugar no ranking dos maiores PIBs mundiais. Agora, ocupa o segundo, abaixo apenas dos EUA. Mas as transformações na economia não foram acompanhadas de abertura política. O Partido Comunista mantém absoluto controle do país e a perseguição a dissidentes intensificou-se desde o início de 2011, quando mensagens anônimas na internet convocaram os chineses para manifestações semelhantes às que têm derrubado regimes autoritários no mundo árabe.
"As reformas chegaram agora a um estágio crítico", afirmou Wen, após o encerramento da reunião anual do Congresso Nacional do Povo. No encontro do próximo ano, ele entregará o cargo a seu sucessor, que provavelmente será Li Keqiang.
Wen é visto como um dos representantes da ala reformista do Partido Comunista, que está longe de ser majoritária - a julgar pela estagnação das mudanças nos últimos anos. Analistas acreditam que Wen e o presidente Hu Jintao beneficiaram-se de transformações aprovadas na gestão de seus antecessores, Zhu Rongji e Jiang Zemin.
O premiê ressaltou que reformas políticas são necessárias para enfrentar problemas que surgiram com o desenvolvimento econômico. Ele mencionou a desigualdade na distribuição de renda, a perda de credibilidade e a corrupção.
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