Premier da Austrália critica posição de Obama sobre Iraque

"Se eu estivesse na liderança da Al-Qaeda, eu oraria por uma vitória não somente de Obama, mas também dos democratas" nas eleições nos EUA, disse John Howard

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Por Agencia Estado
Atualização:

O primeiro-ministro da Austrália, John Howard, criticou neste domingo o senador democrata americano Barack Obama por sua oposição à Guerra do Iraque, um dia depois que o parlamentar anunciou sua intenção de concorrer à Presidência. Obama disse no sábado, ao lançar sua campanha em Springfield, no Estado de Illinois, que, se eleito, colocará um fim à guerra. Obama apresentou uma proposta no Senado para impedir que o presidente George W. Bush aumente o número de tropas no Iraque, e para a retirada de toas as unidades de combate até o dia 31 de março. Howard, importante aliado de Bush e que também enviou soldados ao Iraque, enfrenta a reeleição este ano. O primeiro-ministro disse que as propostas de Obama levariam o desastre ao Oriente Méido. "Eu acredito que isto simplesmente ajudaria a quem deseja desestabilizar copmletamente e destruir o Iraque, criaria o caos e daria uma vitória aos terroristas, que devem esperar por uma vitória de OBama", disse Howard na televisão. "Se eu estivesse na liderança da Al-Qaeda, eu esperaria ansiosamente por março de 2008 e oraria por uma vitória não somente de Obama, mas também dos democratas." O porta-voz de Obama Robert Gibbs, que acompanha o senador em uma viagem por Iowa, disse que as palavras de Howard são equivocadas. "Estados Unidos sacrificaram mais de 3 mil homens e mmulheres e mais de 400 milhões de dólares somente para nos mantermos em meio a uma guerra civil sectária", disse. "Inclusive republicanos sabem que a mesma política somente irá atrair mais terroristas ao Iraque e deixar o país mais inseguro", completou. Gibbs disse que se Howard "realmente acreditasse no que disse, talvez seu país devesse enviar mais uns 1.400 soldados. É muito fácil falar bombasticamente quando o outro é que faz o sacrifício". Howard desafiou uma ampla oposição interna na Austrália pela guerra, mantendo 1.400 soldados em Iraque e seus arredores, praticamente em áreas não combativas.

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