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Premier diz que apóia atuação da ONU na crise do Timor

Os militares timorenses rebeldes insistem na renúncia do primeiro-ministro, Mari Alkatiri, a quem responsabilizam pela onda de violência

Por Agencia Estado
Atualização:

O primeiro-ministro Mari Alkatiri, apóia uma investigação comandada pela ONU para esclarecer os motivos da atual crise no Timor Leste, disse nesta quarta-feira o representante do secretário-geral das Nações Unidas no país asiático, Sukehiro Hasegawa. Alkatiri "está de acordo com investigações sobre os eventos de abril e maio. Ele é muito transparente e afirma que a verdade deve ser revelada", disse Hasegawa à rádio australiana ABC. "O Governo, para o primeiro-ministro, é constitucional e foi eleito há quatro anos. Por isso ele insiste no seu direito de permanecer no poder", explicou o porta-voz da ONU. Hasegawa também esteve reunido nesta semana com os comandantes que, após serem dispensados do Exército timorense, se rebelaram contra o governo, iniciando a onda de violência no Timor. Os comandantes rebeldes reafirmaram que não sairão de seus esconderijos nas montanhas e nem vão negociar se o primeiro-ministro não renunciar. Hasegawa e o ministro da Defesa, José Ramos-Horta, se reuniram com o líder dos militares rebeldes, o major Alfredo Reinado, e alegaram que a violência "só traz mais sofrimentos ao povo". A rádio australiana informou que Hasegawa partirá nesta quarta de Díli rumo a Nova York, para recomendar ao Conselho de Segurança que aprove o envio ao Timor de uma força da ONU. Força internacional A Austrália anunciou que vai aumentar sua presença policial no Timor Leste, com o destacamento de mais 72 agentes para se somar ao contingente de cerca de 1.300 soldados e policiais já enviados no país. Os mais de 1.300 agentes australianos no Timor trabalham junto com 500 malaios, 120 neozelandeses e 120 portugueses. A violência no Timor Leste durante as últimas semanas causou a morte de cerca de 30 pessoas e a fuga de outras 100 mil de suas casas. Os militares timorenses rebeldes pedem a renúncia do primeiro-ministro, Mari Alkatiri, a quem culpam de começar a crise por expulsar do Exército os soldados que pediam o fim da discriminação étnica contra os oriundos da região ocidental do país. Na terça-feira mil manifestantes foram numa caravana até a capital, Díli, para entregar ao presidente Xanana Gusmão um documento no qual pedem que Alkatiri renuncie a seu cargo. O líder rebelde major Alfredo Reinado condicionou a entrega de armas à renúncia de Alkatiri. Disse também disse que continua sendo fiel ao presidente Gusmão.

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