Premier diz que não é o homem da América no Iraque

Al-Maliki teria feito afirmação antes de declaração conjunta com embaixador americano, onde afirmaram sobre a necessidade de trabalhar juntos

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Por Agencia Estado
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O primeiro-ministro iraquiano Nouri al-Maliki disse ser um amigo de Washington, mas não "um homem da America no Iraque", ao embaixador americano, segundo afirmação de assessores neste sábado. O líder xiita fez a afirmação em encontro na sexta-feira com o embaixador Zalmay Khalilzad, realizando depois uma rara declaração em conjunto, quando afirmaram sobre a necessidade de trabalhar juntos para estabelecer prazos para conter a crescente violência atribuída às milícias e aos esquadrões da morte. "Sou um amigo dos Estados Unidos, mas não sou o homem da América no Iraque", teria dito al-Maliki a Khalilzad durante a reunião, segundo Hassan al-Suneid, assessor próximo do premier. O saldo final da reunião foi bastante diferente da declaração conjunta dada ao fim do encontro na sexta-feira à noite. Al Suneid disse que o premier demandou que o seu governo seja tratado como uma administração eleita que disfruta de legitimidade internacional e que as forças americanas no Iraque devem trabalhar em maior sicronia com o governo. Já declaração conjunta, aparentemente sinalizava que al-Maliki estaria recuando em seu embate com a administração Bush, e deixando suas objeções em relação a um cronograma proposto por Washington para restaurar a segurança no país. A declaração diz que o líder iraquiano reafirmou seu compromisso com uma relação "boa e forte" com os EUA, no que pareceu ser uma tentativa de amenizar as recriminações feitas pelo premier ao longo desta semana, princioplamente sobre a imposição de um cronograma. A disputa e as recriminações tiveram efeito oposto sobre a tentativa de Bush de promover "ajustes" na política do Iraque, a menos de duas semanas das eleições americanas para o Congresso. O voto será um referendo sobre a política Bush no Iraque, já que as baixas sofridas pelo Exército americano chegam a 2.800, em guerra que já dura 44 meses. Bush e al-Maliki devem realizar uma vídeo conferência neste sábado, de acordo com um asessor próximo do premier iraquiano. Assessores de ambos os líderes irão participar da conversa. A relativa calma em Bagdá nos cinco dias após o fim do mês sagrado do Ramadã cedeu lugar no sábado a uma nova onda de derramamento de sangue. Confrontos entre tropas americanas e iraquianas contra atiradores aconteceram neste sábado na cidade de Ramadã, um reduto insurgente onde vários militantes realizaram uma manifestação na semana passada em rua próxima à base local do Exército dos EUA. As tropas usaram alto-falantes para pedir aos residentes que ficassem em casa. Em Bagdá uma pessoa morreu e 35 ficaram feridas quando um foguete atingiu um mercado aberto. Uma segunda pessoa morreu e outras nove ficaram feridas quando uma bomba explodiu dentro de um microônibus também em Bagdá. Em Baqouba, a polícia afirmou ter encontrado dois corpos. Um terceiro corpo foi retirado do rio Diyala neste sábado. Ainda em Baqouba, a polícia afirmou ter matado dois homens em um mercado da cidade.

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