PUBLICIDADE

Premier japonês critica declaração ´machista´ de ministro

Titular da pasta de Saúde chamou as mulheres de ´máquina de fazer filho´

Por Agencia Estado
Atualização:

O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, criticou nesta segunda-feira seu titular de Saúde, Hakuo Yanagisawa, por qualificar as mulheres de "máquinas de fazer filhos", em comentários que causaram polêmica no Japão. Essas palavras, pronunciadas no sábado passado por Yanagisawa, são "inapropriadas", segundo o chefe do governo japonês. "Não faça esses comentários inapropriados", disse Shinzo Abe a seu ministro da Saúde, de 71 anos, em uma conversa telefônica, segundo explicou o porta-voz do premier, Yasuhisa Shiozaki. O porta-voz, no entanto, minimizou a situação, ao assinalar que Yanagisawa se retratou quase imediatamente e que a intenção do titular de Saúde era simplesmente chamar a atenção sobre a ameaça da baixa taxa de fertilidade no Japão. Algumas deputadas da oposição presentes no Parlamento japonês pediram a renúncia do ministro, enquanto responsáveis do partido governante, o liberal-democrata, reconheceram que seus comentários podem influir negativamente sobre o desenvolvimento das sessões parlamentares. No último sábado, o ministro da Saúde tentou encorajar as japonesas a terem mais filhos, mas o problema surgiu na maneira em que ele escolheu para fazer esse pedido. "O número de mulheres entre os 15 e os 50 anos não varia. Como não varia o número de máquinas de fazer filhos, o que pedimos é que cada uma delas faça o melhor que puder", disse o ministro, que pouco depois pediu perdão às mulheres por qualificá-las de "máquinas" e que rejeitou uma renúncia. Em 2005, as mulheres japonesas entre 15 e 49 anos tiveram apenas 1,26 filhos em média, uma taxa mínima recorde, devido, sobretudo, à diminuição do número de casamentos e ao fato de a maioria dos casais japoneses ter optado por ter apenas um descendente. Para manter uma população estável, é necessária uma taxa média de 2,1 filhos por mulher.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.