Premier sueco renuncia; social-democracia sofre 1ª derrota em seis décadas

É a primeira administração social-democrata a cair na Suécia desde a Segunda Guerra Mundial em meio a um período de grande crescimento econômico

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Por Agencia Estado
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O primeiro-ministro da Suécia, Goran Persson, cuidava de sua renúncia nesta segunda-feira (18), um dia depois da derrota dos social-democratas para uma coalizão de centro-direita nas eleições gerais do fim de semana. A derrota nas urnas coloca fim a uma era de 12 anos na qual o governo social-democrata sueco mostrou ao mundo que seu lendário sistema de bem-estar social é capaz de alavancar um vigoroso crescimento econômico. Durante a campanha, a aliança de centro-direita prometeu apenas ajustar o programa de bem-estar social da Suécia, mas alguns analistas acreditam que a plataforma de baixos impostos e leis trabalhistas mais flexíveis fatalmente levarão à liberalização do mercado. Apesar do vigoroso crescimento econômico do país, os eleitores suecos aplicaram nas urnas o mais duro golpe ao Partido Social Democrata desde 1914. O principal vencedor do pleito é o primeiro-ministro designado Fredrik Reinfeldt, cujo Partido Moderado rumou da direita para o centro, recuperou-se dos fracos resultados de 2002 e terá sua maior bancada no Parlamento desde 1928. Na campanha, Persson vinha retratando os moderados como lobos em pele de cordeiro, pois estariam escondendo-se atrás de um discurso mais brando para desmantelar o sistema de bem-estar social e beneficiar a parcela mais rica da população. O governo de Persson é a primeira administração social-democrata a cair na Suécia desde a Segunda Guerra Mundial em meio a um período de grande crescimento econômico. A economia da Suécia cresceu 5% no segundo trimestre de 2006, bem acima da média de 2,8% da União Européia (UE). A coalizão liderada por Reinfeldt obteve 48,1% dos votos, contra 46,2% para os social-democratas e aliados.

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