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Premier tailandês deposto pode se exilar em Londres

Thaksin Shinawatra passou de obscuro policial até 1987 a milionário empresário de telecomunicações

Por Agencia Estado
Atualização:

O primeiro-ministro da Tailândia, Thaksin Shinawatra, deposto por um golpe militar quando participava da Assembléia Geral da ONU, pode deixar Nova York nas próximas horas com destino ao exílio em Londres, onde possui uma luxuosa propriedade, segundo fontes citadas pelo jornal tailandês "The Nation". As fontes, não identificadas pelo jornal, informaram que Thaksin se reuniria com sua família na capital britânica. Mas ainda não está claro se o primeiro-ministro desistiu de recuperar o poder. Tom Kruesopon, membro do partido de Shinawatra, negou que ele vá se exilar e disse que a viagem a Londres deve ser só uma escala. Shinawatra, que participava da Assembléia Geral das Nações Unidas em Nova York, cancelou seu discurso e foi para o hotel, onde declarou estado de emergência, numa frustrada tentativa de abortar os planos dos militares. Sua mulher, Pojaman Shinawatra, tinha viajado a Cingapura antes da tomada de poder pelos militares. Pouco depois, o único filho homem do casal saiu do país também, segundo "The Nation", que não soube dizer onde estão as duas filhas do primeiro-ministro. Uma delas estuda em Londres e a outra, na Tailândia. Um importante membro da comissão executiva do Thai Rak Thai ("Tailandeses Amam a Tailândia", o partido de Shinawatra), que pediu o anonimato por motivos de segurança, disse que o primeiro-ministro "decidirá nas próximas" se vai a Bangcoc. Shinawatra dispõe de um avião oficial, que usa na maior parte de seus deslocamentos. Os golpistas acusaram Shinawatra - um obscuro ex-oficial de polícia até 1987 que se transformou em multimilionário empresário de comunicações - de corrupção, deslealdade à Coroa e de "perverter as instituições democráticas". Ele chegou ao poder em 2001 e foi reeleito em 2005. Em 1990 obteve uma surpreendente concessão de 20 anos para explorar a rede de celulares do país. Em Nova York também estão o vice-primeiro-ministro, Surakiart Sathirathai, candidato tailandês à secretária-geral das Nações Unidas, e o ministro de Relações Exteriores, Kanthati Suphamongkhon. Os golpistas detiveram o ministro da Justiça e vice-primeiro-ministro, general Chidchai Vanasadtiya, além do secretário do escritório de Thaksin, Prommin Lertsuridej, e um cunhado do primeiro-ministro, que é secretário permanente do Ministério da Justiça, Somchai Wongsawat.

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