13 de outubro de 2012 | 03h01
O estímulo pretende enfrentar a sucessão de crises que se abateu sobre a UE. Desde 2005, com o fracasso da Constituição Europeia, a integração vive uma fase de desgraça aos olhos da opinião pública. Todos os pilares da unificação vêm sendo contestados, da moeda única, o euro, à área de livre circulação de pessoas, Schengen. Há ainda os desequilíbrios macroeconômicos.
Até os anos 1990, a integração dos países da Europa era muito associada à conquista da paz e do desenvolvimento econômico no continente. Seu embrião, a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, de 1951, teve como objetivo garantir o acesso pacífico às matérias-primas essenciais para a indústria siderúrgica, de forma a reduzir a tensão política que pesava sobre a indústria bélica do continente. A reunião se traduziu em 60 anos sem guerras na Europa Ocidental.
No imaginário popular, essas conquistas perderam espaço para as queixas, como a de que o euro aumentou o custo de vida, ou de que estrangeiros tomaram o mercado de trabalho de países mais desenvolvidos. As insatisfações vêm sendo canalizadas por partidos de extrema esquerda e direita, que apontam Bruxelas e sua burocracia como responsável pela crise.
Para Jean-Dominique Giuliani, presidente do Conselho de Administração da Fundação Robert Schuman, o Nobel é antes de mais nada o reconhecimento de um mérito. "A UE trouxe de estabilidade política à Europa", disse ao Estado. "É uma mensagem muito clara de que não devemos voltar atrás em seus sucessos." / A.N.
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