Prêmio Nobel da Paz diz que situação no Irã está melhorando

Ativista iraniana afirma que a diplomacia é a melhor maneira de lidar com impasse nuclear e que os iranianos não querem que seu país se torne "um novo Iraque"

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Por Agencia Estado
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A vencedora do prêmio Nobel, a iraniana Shirin Ebadi disse que a diplomacia é o melhor caminho para melhorar as relações entre Estados Unidos e Irã, e não sanções econômicas e especialmente confrontos militares. "As pessoas no Irã adoram seu país, e não querem que ele ser torne um outro Iraque", disse Ebadi nesta sexta-feira em uma coletiva de imprensa durante uma visita ao Conselho de Assuntos Mundiais, no Estado do Oregon. A autora, uma ativista de direitos humanos e vencedora do prêmio Nobel em 2003, disse que o Irã ainda enfrenta problemas. Mas afirmou que essa nação do Oriente Médio mudou para melhor 27 anos depois da revolução que derrubou o xá Mohammad Reza Pahlavi. O xá lutou para modernizar o Irã antes da revolução de 1979 que transformou o país de uma monarquia constitucional para uma república Islâmica sob o comando do Ruhollah Kameni. Apesar das mudanças sob seu regime, a o polícia secreta de Reza Pahlavi é responsável pela morte de centenas de pessoas. As coisas mudaram muito pouco desde a queda do xá, disse Ebadi. "Tivemos muitas execuções políticas", apontando que ela já foi alvo da pena de morte pelo governo iraniano e ainda recebe cartas com ameaças. A autora foi uma das primeiras juízas do Irã. Contudo, após a revolução, ela não pode mais exercer a profissão. Então resolveu aposentar-se e se dedicar à luta pelos direitos humanos. Ainda assim, a ativista afirma ter fé na lei islâmica, se for "praticada com justiça e não ditada por políticos". Ela notou que a constituição iraniana possui algumas proteções para os direitos civis que não foram implementadas. Quando lhe perguntam se a condição das mulheres está progredindo no país, Ebadi sorri: "A resistência das mulheres no Irã é destemida e forte". Sobre outros temas, a iraniana diz que preferia ver todas as nações se livrarem de armas nucleares, incluindo o Irã, se a nação continuar desenvolvendo um programa nuclear bélico. Ela também pediu aos Estados Unidos que se junte à Corte Criminal Internacional como uma maneira de lutar contra ditadores. Sem se referir especificamente ao vizinho Iraque, Ebadi afirma que a solução não é lançar bombas sobre as pessoas que vivem sob um regime tirano, mas levar o tirano ao tribunal".

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