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Prêmios só chegam a dias da votação

Chavistas usam sorteios para pagar campanha

Atualização:

Foram 45 dias de espera. O Comando Carabobo, equipe que coordena a campanha pela reeleição do presidente venezuelano, Hugo Chávez, escolheu a última semana da campanha eleitoral para distribuir, na segunda-feira, os prêmios da "loteria eleitoral" criada pelos chavistas para financiar suas despesas. O sorteio, feito em 17 de agosto, contemplou com um carro zero-quilômetro, uma moto, um kit com geladeira, fogão, máquina de lavar e um computador 4 dos 2,5 milhões de bilhetes vendidos em todo o país - ao preço de 30 bolívares (cerca de R$ 15 no câmbio oficial) cada, eles garantiram uma arrecadação de R$ 37 milhões."Estamos na fase final de arrecadação de recursos que serão destinados à campanha eleitoral", afirmou a integrante da comissão de finanças e logística do comando chavista, Yelitze Santaella. A equipe também vendeu 3 milhões de cartelas do tipo "raspadinha" a 10 bolívares (R$ 7,50) cada uma, além de 300 mil kits com símbolos e slogans da campanha a 90 bolívares (R$ 45).Apesar de ressaltar o esforço de arrecadação para marcar a independência da campanha em relação às atividades do governo, Chávez tem enfrentado acusações da oposição de estar usando a máquina pública. Há duas semanas, o presidente convocou uma rede nacional de TV para transmitir uma cerimônia pública, impedindo a transmissão, pelas emissoras privadas, de um gigantesco comício de Henrique Capriles. Praticamente todos os atos públicos de governo do presidente venezuelano acabam se convertendo em propaganda eleitoral.Chávez responde às acusações desafiando a campanha opositora a apresentar seus financiadores, aos quais qualifica de "banqueiros foragidos, narcotraficantes e mafiosos internacionais". Terminadas as eleições, as duas campanhas terão 60 dias para apresentar suas contas ao Conselho Nacional Eleitoral para aprovação. / R.L.

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