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Prender responsáveis por ataque em Moscou é questão de honra, diz Putin

Presidente Dmitry Medvedev pediu revisão de leis antiterror na Rússia.

Por BBC Brasil
Atualização:

O primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta terça-feira que capturar os responsáveis pelos atentados com bombas que mataram pelo menos 39 pessoas no metrô de Moscou na segunda-feira é uma "questão de honra para as agências de segurança". "Tenho certeza que conseguiremos - e os arrastaremos do fundo dos esgotos e os traremos para a luz do dia.(...) Ao mesmo tempo, tendo em mente os recentes atos terroristas não apenas na Rússia, mas também em outros países, devemos melhorar o sistema de segurança e também o sistema de prevenção", afirmou. Putin, que conseguiu destaque na política russa devido ao rigor contra os rebeldes da Chechênia na época em que era presidente (2000-2008), disse que tem certeza que os responsáveis pelos ataques poderão ser capturados. "Um dos vagões do trem estava equipado com câmeras de vigilância. Como sabemos, estes sistemas não podem evitar ataques terroristas, mas eles não são inúteis - eles ajudam as agências de segurança a encontrar os organizadores do crime e os que os apoiaram", afirmou. O primeiro-ministro aproveitou a terça-feira para visitar algumas das vítimas dos atentados no hospital. Legislação O presidente russo, Dmitry Medvedev, está analisando mudanças na legislação do país depois dos ataques. Medvedev pediu para que as autoridades apresentassem novas propostas de leis antiterrorismo. "Acredito que podemos também prestar atenção em certas questões relacionadas à melhoria da legislação para evitar atos de terrorismo", disse. "Isto inclui uma operação eficiente de várias organizações cuja tarefa é organizar crimes deste tipo, além de realizar outros procedimentos relacionados à observação de exigências de segurança em transporte público e outros locais onde há um número grande de pessoas reunidas." A Rússia reforçou a segurança nesta terça-feira em diversas partes do país. Policiais e agentes foram mobilizados para reforçar a segurança em estações de metrô e aeroportos. As autoridades russas temem que as explosões de segunda-feira, atribuídas a grupos separatistas do Cáucaso, deem início a uma nova onda de ataques no país. Luto Em meio à segurança reforçada, a capital russa observa um dia de luto em homenagem às 39 vítimas dos atentados no metrô da cidade. Os primeiros enterros das vítimas acontecerão nesta terça-feira. Apesar dos temores de novos ataques, milhões de pessoas continuaram usando o metrô nesta terça-feira. Muitos russos acenderam velas e colocaram flores nas estações de Lubyanka, onde 23 pessoas morreram, e Park Kultury, onde houve 12 vítimas. Desde os atentados, outras quatro pessoas que estava em estado grave morreram no hospital. As autoridades russas acreditam que o número de mortos ainda pode subir. Autoria dos atentados O atentado na estação de Lubyanka aconteceu no mesmo local onde funciona o Serviço Federal de Segurança (FSB) da Rússia. O chefe do FSB, Alexander Bortnikov acredita que os atentados foram cometidos por "grupos terroristas relacionados ao Norte do Cáucaso", onde fica a Chechênia. "Esta provavelmente será nossa principal conclusão, porque fragmentos dos corpos de duas mulheres-bomba foram encontrados mais cedo no local dos incidentes e os exames mostram que esses indivíduos vieram do Norte do Cáucaso", disse ele. Até agora nenhum grupo assumiu a autoria do atentado, mas no passado, outros ataques na capital foram realizados ou atribuídos a rebeldes islâmicos que lutam pela independência chechena. Há seis anos, dois atentados no metrô de Moscou mataram pelo menos 50 pessoas. Aqueles ataques foram atribuídos a separatistas chechenos. Na ocasião, o líder rebelde checheno Doku Umarov assumiu responsabilidade pelos atentados. No mês passado, ele havia prometido levar a guerra às cidades russas. O líder da Chechênia, Ramzan Kadyrov, que é apoiado pela Rússia, condenou os ataques à capital russa e prometeu cooperar com as autoridades para achar os culpados. Mais de 100 mil pessoas morreram nos últimos 15 anos na Chechênia devido a conflitos entre o governo e rebeldes. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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